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A carta de recomendação

A carta de recomendação

31 de Março de 2016

Você sabia que a carta de recomendação é uma parte importante de vários processos de imigração para o Canadá?

Alguns programas de imigração exigem uma carta de recomendação dos candidatos. Mas permanece a dúvida: o que é essa carta, exatamente? E como se deve escrever uma carta de recomendação?

Hoje vamos falar um pouco sobre as situações em que a carta se faz necessária, e também vamos explicar como fazer para redigir uma carta de recomendação.

 

Em primeiro lugar, o que é?

 

 

A carta de recomendação é um documento redigido pelo empregador com o objetivo de detalhar o cargo ocupado pelo candidato naquela determinada empresa. Caso hajam cargos anteriores, eles também deverão constar na carta.

Ela é utilizada pela imigração canadense a fim de estabelecer a experiência prática do profissional que está se candidatando a um programa de imigração, principalmente através do Express Entry. Isso porque nem sempre a experiência profissional de fato corresponde à educação do candidato, como é o caso de alguém formado em psicologia mas que na verdade trabalha com administração ou marketing. Para os programas de imigração, a educação em psicologia irá contar como parte do histórico acadêmico daquela pessoa, mas para fins de experiência profissional em si, o que irá contar serão os anos de administração e marketing, já que são nessas áreas que a pessoa possui a sua experiência de trabalho.

Através da carta de recomendação os oficiais da imigração conseguem também verificar o NOC da(s) profissão(ões) exercida(s). O NOC é muito útil para alguns programas de imigração, como o Federal Skilled Worker, por exemplo (através do Express Entry), que aceita apenas as categorias 0, A ou B. E, claro, como os nomes dos cargos podem variar de empresa para empresa e nem sempre correspondem aos nomes dos cargos como são utilizados no Canadá, a descrição das atividades também vem a calhar para que o oficial da imigração possa determinar que aquelas atividades realmente correspondem àquele NOC específico.

Como os programas de imigração avaliam a experiência do candidato, é importante ter cartas de recomendação de todos os empregadores dos últimos 10 anos. Assim, por exemplo, se você trabalhou numa mesma empresa pelos últimos 10 anos, somente uma carta será necessária, porém ela provavelmente será bastante extensa, já que precisará contar com informações referentes a todos os cargos que você ocupou lá dentro. Caso você tenha trabalhado em 10 empresas diferentes, será necessário pedir uma carta de recomendação de cada empresa.

No entanto, sabemos que nem sempre é fácil conseguir cartas de recomendação de lugares que você trabalhou 10 anos atrás. Pode ser que a empresa já nem exista mais, pode ser que tantos funcionários e supervisores tenham entrado e saído que é difícil que alguém lembre que você trabalhou lá por 6 meses, 10 anos atrás, o que torna a redação da carta uma coisa complicada. Isso não necessariamente é um problema. O importante é conseguir reunir o máximo de cartas possível, dando priodidade para os últimos 6 anos.

Essas cartas, no entanto, são necessárias somente para o aplicante principal, então caso você esteja pensando em imigrar com o cônjuge, ele ou ela não irá precisar fornecer cartas de recomendação.

 

Como redigir?

 

 

Por serem informações fornecidas por uma empresa a respeito de um funcionário, as cartas devem ser redigidas em papel timbrado da empresa. O papel timbrado deve conter o nome da empresa e informações de contato, como endereço, telefone, site e e-mail.

Uma carta de recomendação deve conter o máximo de informações possíveis, pois é uma parte fundamental da sua aplicação para um processo de imigração para o Canadá. Assim, além do nome do cargo e da descrição das atividades, também será necessário constar a data exata em que o candidato começou a trabalhar naquela empresa, a data em que saiu da empresa, assim como todos os títulos de cargos e descrições de atividades que teve ou que realizou naquela empresa, sempre focando para o que é exigido dos NOCs 0, A ou B.

Para fins de imigração contam apenas experiências de trabalho remuneradas, então períodos de estágio ou trabalho voluntário não serão considerados. Dessa forma, a carta de recomendação também deverá conter informações referentes à remuneração, ou seja, quanto o candidato ganhava anualmente em cada cargo, sendo que esse valor pode ser calculado em termos de uma média salarial anual. Além disso, também é necessário informar bônus, gratificações, adicionais, comissões e ajudas de custo.

Outro ponto importante da carta de recomendação é o número de horas que o candidato trabalhava. Isso porque os programas de imigração que exigem comprovação de experiência de trabalho exigem que o candidato possua certo tempo de experiência full-time, ou seja, em tempo integral. No Canadá, um trabalho entre 30 a 40 horas por semana já é considerado full-time, sendo que trabalhos que exigem horários abaixo de 30 horas na semana são considerados part-time.

Se você teve mais de um cargo na mesma empresa, será preciso fornecer a informação referente aos horários de trabalho de cada cargo específico, mesmo que não haja diferença. Isso porque essas informações precisam ficar claras para o oficial da imigração.

Ao final, a carta deve ser assinada por alguém que de fato tenha supervisionado o candidato, ou então pode ser assinada pelo departamento de RH da empresa, sendo que deve ser também indicando o nome e o cargo do supervisor que assina. Se a empresa possuir um carimbo oficial, a carta deve ser carimbada, e o cartão de visita do supervisor que assina também pode ser anexado à carta.

Documentos adicionais, como cópias de contratos de trabalho e holerites também podem ser anexados a fim de reforçar que as informações contidas na carta de referência são verdadeiras. A carteira de trabalho não precisa ser anexada. No Canadá não existe uma carteira de trabalho, então esse documento não é significativo para os oficiais da imigração, sendo que o que irá contar mesmo serão os contratos, os holerites e as cartas de recomendação. Além disso, nem sempre a carteira de trabalho descreve as atividades que o profissional realizada dentro da empresa, e essa é a informação mais importante exigida pelos programas de imigração.

Quanto à linguagem, a carta deve ser em inglês ou em francês. Caso o supervisor repsonsável por redigir a carta fale uma dessas duas línguas fluentemente, ele poderá escrever a carta diretamente nesse idioma, mas é preciso deixar claro que existe a possibilidade de que o supervisor seja contatado por um oficial da imigração canadense a fim de confirmar as informações contidas na carta. Dessa forma, ele deve ter fluência suficiente no idioma a fim de conversar com um oficial, caso seja necessário. Caso o supervisor não fale fluentemente inglês nem francês, não tem problema. Nesse caso, a carta deverá ser traduzida por um tradutor juramentado.

Em suma, tendo todas essas exigências em mãos, o ideal é fornecer ao supervisor um template de como a carta deve ser redigida, lembrando que, dependendo do seu relacionamento com o seu supervisor, você pode ativamente ajudá-lo a redigir a carta.

Recapitulando:

  • Papel timbrado da empresa, com logo, endereço, site, e-mail, telefone;
  • Título(s) do(s) cargo(s) do candidato;
  • Descrição das atividades do candidato segundo o NOC;
  • Data de entrada e saída da empresa e/ou de cada cargo (dia, mês e ano);
  • Salário anual ou média de salário anual;
  • Quantidade de horas de trabalho por semana;
  • Assinatura e identificação do supervisor (nome e título do cargo);
  • Cartão de visita do supervisor, se houver;
  • Carimbo, se houver;
  • Em inglês ou francês somente se o supervisor for fluente o suficiente para de fato conversar com um oficial da imigração, caso contrário é possível fazer uma tradução juramentada.

 

E quem é autônomo?

O fato de você ser autônomo não quer dizer que você não possa participar de programas de imigração que exijam cartas de referência. O que muda aqui é que as cartas de referência dos profissionais autônomos serão redigidas por clientes e/ou colegas de profissão que tenham contato direto com aquele candidato. Notas fiscais ou comprovantes de pagamento dos serviços prestados, assim como contratos de prestação de serviços, também poderão ser utilizadas para comprovação de experiência.

De preferência, as cartas fornecidas por colegas e/ou clientes devem ser feitas no mesmo estilo das cartas fornecidas por empregadores, sendo que o ideal é que sejam redigidas em papel timbrado (muitos profissionais autônomos possuem seu próprio papel timbrado e/ou carimbo profissional, além de cartão de visita, e isso pode ser usado no caso de colegas que também sejam autônomos, por exemplo) e que contenham informações sobre os serviços prestados.

No caso de profissões em que por lei ou código de ética não é permitido fornecer informações sobre os clientes, como é o caso dos psicólogos, por exemplo, será preciso fornecer cópia do código de ética ou da lei onde isso esteja delimitado, sempre com tradução juramentada. Mesmo nesses casos, o ideal é ter cartas de recomendação de colegas de profissão.

 

Quer saber mais sobre imigração para o Canadá ou precisa de ajuda com as cartas de recomendação? Entre em contato conosco!

 

 

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