Não é nenhum segredo que o Canadá oferece planos de saúde governamentais para seus cidadãos e residentes permanentes. O que muitas vezes não fica claro é a cobertura desses planos: que tipos de serviços estão inclusos? Quem tem direito? O que é preciso fazer para se inscrever?
No texto de hoje vamos falar um pouco sobre todos esses aspectos.
De acordo com o site oficial do governo canadense, o país conta com um plano de saúde universal, o qual os cidadãos e residentes permanentes não precisam pagar, já que os custos do sistema são cobertos pelos impostos que a população paga no dia a dia.
Como o Canadá possui um sistema de governo em que cada província possui autonomia relativa às suas próprias decisões, e sendo os planos de saúde administrados por cada província para seus cidadãos e residentes permanentes, cada província pode oferecer uma cobertura ligeiramente diferente da outra, o que faz com que seja necessário pesquisar a fundo cada tipo de plano. Além disso, se cidadãos ou residentes de uma província buscam tratamento médico em outra província, pode ser cobrada uma taxa.
Em BC, o Medical Services Plan cobre serviços médicos necessários confome recomendados pelo médico ou outro profissional da saúde que realiza o atendimento do paciente. Em BC, residentes devem contribuir com uma quantia mensal para terem acesso ao plano, sendo que essa quantia é calculada com base na quantidade de pessoas por família e na renda familiar, de acordo com esta tabela.
Para residentes da província, de acordo com o Medicare Protection Act, a participação no plano é obrigatória, tanto para o residente em si quanto para seus dependentes. Um residente é uma pessoa que mora em BC, sendo cidadão ou residente permanente, e que está fisicamente presente na província durante 6 meses no ano. São considerados dependentes: cônjuge e filhos.
O cônjuge deve também ser cidadão canadense ou residente permanente, devendo morar junto com o aplicante principal. Filhos devem ser economicamente dependentes dos pais, com idade de 18 anos ou menos, ou então com idade entre 19 e 24 anos, desde que estejam estudando em tempo integral.
Por fim, se o cônjuge ou os filhos ainda não forem residentes permanentes, desde que tenham aplicado para residência permanente (e desde que o processo esteja ativo junto ao órgão do governo canadense), serão considerados elegíveis para serem dependentes e receberem os benefícios do MSP juntamente com o aplicante principal.
No caso de pessoas que possuam visto de estudos ou de trabalho e que não se encaixam na categoria de residentes permanentes, podem ser elegíveis em circunstâncias especiais, ou seja, caso seus permits sejam válidos por 6 meses ou mais.
Visitantes (turistas) não têm direito a cobertura pelo MSP. É recomendado, no entanto, que possuam um seguro de viagem, que pode cobrir eventuais emergências médicas, como acidentes, por exemplo.
Cobertura
Os serviços que são cobertos pelo MSP incluem atendimentos médicos que são considerados necessários, fornecidos por médicos ou parteiras (midwives), cirurgias odontológicas realizadas em hospital, exames oftalmológicos, se necessários, e alguns serviços de ortodontia. Além disso, o MSP também cobre exames diagnósticos, incluindo raios X.
Em suma, existem dois tipos diferentes de serviços de saúde cobertos pelo MSP: os serviços médicos e os serviços de saúde adicionais. Vamos ver mais a fundo:
Os serviços médicos incluem:
Alguns serviços de saúde adicionais, tais como acupuntura, quiropraxia, massoterapia, naturopatia, fisioterapia e podologia não cirúrgica, podem ser cobertos pelo MSP em condições especiais, para pacientes que se encaixam em pelo menos uma condição pré-estabelecida, por exemplo, residentes de instituições que fornecem cuidados de longa duração (long-term care facilities). É possível verificar aqui as categorias de pacientes que têm direito a esses benefícios adicionais, para os quais o plano de saúde irá cobrir CAD$23 por consulta, sendo permitido um total de 10 visitas ao ano.
Exames oftalmológicos são cobertos, desde que sejam medicamente necessários (como no caso de acidentes ou doenças que possam causar dano à saúde dos olhos, como diabetes). Para pacientes de até 18 anos de idade, e também para pacientes acima dos 65 anos de idade, exames de rotina são permitidos.
Você pode checar no link a seguir os serviços que não são cobertos pelo MSP.
Para ambulâncias, embora o serviço não seja coberto inteiramente pelo MSP, o valor total do serviço pode ser reduzido para quem possui o plano da província, de acordo com o BC Emergency Health Services.
O PharmaCare é um conjunto de planos especiais que cobrem vários medicamentos e aparelhos médicos que sejam prescritos por um profissional da saúde como medicamente necessários. Esses planos são recomendados (mas não obrigatórios) para os residentes de BC, sendo que o mais popular dentre eles é o Fair PharmaCare, baseado na renda familiar.
Em BC, alguns empregadores oferecem aos funcionários planos de saúde particulares, que fazem parte dos benefícios oferecidos pela empresa. Não é uma regra, no entanto, e cada empregador é livre para escolher o plano e a cobertura que deseja oferecer. Esses planos de saúde empresariais não excluem a necessidade do MSP, que é obrigatório para todos os residentes de BC. São, no entanto, considerados um benefício adicional que a pessoa pode ter. É muito importante checar com a empresa a respeito da cobertura do plano em questão, pois alguns podem cobrir vários serviços adicionais (incluindo medicamentos prescritos pelo médico) que o MSP não necessariamente cobre.
Cobertura do MSP fora de BC
Para residentes de BC que estão fora do Canadá (ou em Québec), desde que sejam considerados elegíveis, o MSP pode reembolsar gastos médicos (com apresentação de documentos comprobatórios), desde que sejam referentes a atendimentos medicamente necessários realizados por médicos licenciados, e que normalmente seriam cobertos pelo MSP caso o paciente estivesse em BC. No entanto, o MSP cobrirá somente o valor que for compatível com o que os mesmos serviços médicos custariam em BC, sendo que qualquer valor acima disso que for cobrado em outra província ou outro país deverá ser pago pelo próprio paciente.
Caso o paciente precise de cuidados médicos de emergência enquanto visita outra província no Canadá, a maioria dos médicos em todas as províncias (exceto Québec) tem como prática contatar as autoridades de saúde da província onde praticam, desde que o paciente apresente o seu BC Services Card. As províncias então se responsabilizam por realizar a troca dos fundos referentes ao tratamento em questão.
Mesmo com esses potenciais benefícios, é fortemente recomendado pelas autoridades de BC que viajantes que pretendam visitar outras províncias ou países façam um seguro de saúde para cobrir eventuais gastos que não estejam presentes em acordos interprovinciais.
Tomar medicamentos faz parte da nossa rotina, de certa forma. De remédios para dor até antibióticos, os brasileiros tomam com bastante regularidade uma série de remédios para os mais diversos males, tais como diabetes, pressão alta, hipo ou hipertireoidismo, e não podemos esquecer da pílula anticoncepcional.
A dúvida é: como levar medicamentos de uso contínuo para o Canadá? Sobre os medicamentos comuns, de venda livre: compensa levar do Brasil ou é possível encontrar facilmente no Canadá?
Em primeito lugar, é muito importante lembrar que alguns medicamentos e princípios ativos são de venda proibida no Canadá, como é o caso da nossa famosa Neosaldina, que contém dipirona, um composto considerado tóxico a longo prazo pelas autoridades farmacêuticas canadenses. Outro fator importante a ser levado em consideração é a questão de que alguns medicamentos que são de venda livre no Brasil, como, por exemplo, alguns tipos de hormônios (anticoncepcional e medicamentos para hipotireoidismo) são de venda controlada no Canadá e precisam de receita.
Por último, um terceiro fator muito importante é que alguns medicamentos simplesmente são diferentes (novamente, alguns tipos de pílula anticoncepcional), o que faz com que nem sempre o paciente encontre aqui o medicamento com o qual estava acostumado no Brasil.
Medicamentos de uso controlado
Se você toma medicamentos de uso contínuo, mesmo que não sejam controlados (com retenção de receita médica) no Brasil, é preciso pedir para o seu médico uma receita que explique o motivo da necessidade daquele medicamento, o nome comercial e o nome dos princípios ativos, assim como a quantidade receitada para que o paciente leve em viagem. Se possível, é recomendado que o paciente leve consigo a receita original, em português, e também uma tradução, ou, caso o médico fale inglês, uma receita escrita pelo próprio médico, em inglês.
Como estabelece o governo do Canadá, é permitido para quem entra no país trazer consigo medicamentos que já esteja utilizando, mas somente em quantidade suficiente para durar até o final do tratamento ou então em quantidade suficiente para durar até 90 dias, o que for menor. Isso vale tanto para residentes temporários (turistas, estudantes e trabalhadores) quanto para residentes permanentes que já estejam em curso de tratamento.
O medicamento em questão deve ser destinado para uso da pessoa que o leva consigo, ou então a um menor de idade que está sob responsabilidade daquela pessoa. Sendo assim, não é permitido trazer para o Canadá remédios controlados que sejam destinados a outras pessoas. Além disso, o medicamento deve estar em sua embalagem original, para que o oficial da imigração possa, caso necessário, identificar o que é e para que é recomendado.
É possível enviar medicamentos pelo correio para pessoas que estejam morando no Canadá em caráter temporário. Estamos falando de turistas, estudantes e trabalhadores temporários. Essas pessoas podem receber medicamentos pelo correio que estejam em caixas originais, lacrados, acompanhados de documentação que indique serem destinados à pessoa em questão. A pessoa, por sua vez, no momento do recebimento do medicamento, deverá fornecer documentos que comprovem o seu status legal no país: carimbos no passaporte, work permit, study permit.
No caso de residentes permanentes ou cidadãos canadenses, não é permitido que recebam medicamentos de outros países pelo correio. Isso porque tanto residentes permanentes quanto cidadãos têm fácil acesso a consultas médicas no Canadá através dos planos de saúde dos governos das províncias, não possuindo justificativa para importar medicamentos.
Medicamentos de venda livre
Os medicamentos de venda livre aqui no Canadá podem ser conseguidos muito facilmente em farmácias e supermercados, e estão disponíveis em prateleiras como qualquer outro produto. Não é preciso falar com um farmacêutico para comprá-los.
Estamos falando de suplementos vitamínicos, remédios comuns para dor, alguns remédios para gripe e tosse, alguns tipos de colírios, além de remédios para indigestão e alguns tipos de pomadas cicatrizantes. Alguns desses medicamentos possuem o mesmo nome comercial que é usado no Brasil e são fáceis de reconhecer. Quando isso não acontece, é possível perguntar ao farmacêutico de plantão qual seria o medicamento recomendado para o tipo de sintoma que a pessoa está sentindo, e o profissional poderá auxiliar com a escolha do medicamento sem problema algum.
Esses medicamentos não são caros, embora os preços possam variar bastate de farmácia para farmácia. Assim como no Brasil, no Canadá também existem remédios de marcas conhecidas e remédios genéricos, que tendem a ser mais baratos.
Caso a pessoa deseje levar medicamentos de venda livre na mala, as regras a serem observadas serão as mesmas para os medicamentos controlados, mas sem a necessidade da receita médica. O medicamento deve ser suficiente para o término do tratamento ou para 90 dias, o que for menor, e deve estar em sua embalagem original.
Residentes permanentes
Como esclarecemos acima, residentes permanentes e cidadãos podem trazer medicamentos para o Canadá quando voltam após uma viagem para outro país, mas somente se já tiverem iniciado o tratamento no país que foram visitar. Caso sejam medicamentos controlados, precisarão de receita médica, sempre respeitando a quantidade máxima permitida: 90 dias ou o suficiente para um curso de tratamento, o que for menor.
Residentes permanentes devem se inscrever no plano de saúde fornecido pelo governo da província onde moram. Esse plano permitirá que realizem consultas médicas, em que poderão pedir um check-up de qualquer condição que possuam, além de uma receita médica para adquirir os medicamentos necessários para o tratamento.
Essas consultas são gratuitas, e alguns empregadores fornecem planos de benefícios adicionais que podem também cobrir parte do valor dos medicamentos necessários.
Para mulheres que utilizam pílulas anticoncepcionais, é válido lembrar que algumas marcas que existem no Brasil não são vendidas no Canadá, e vice-versa. Por isso, é bom se informar a respeito com o seu médico já no Brasil, e considerar a possibilidade de precisar realizar a troca para uma outra marca quando chegar no Canadá. Pílulas anticoncepcionais precisam de receita médica.
No Canadá existem walk-in clinics, clínicas que não exigem agendamento de horário, o que dá ao paciente a liberdade de ir ao médico quando for conveniente. Nesse caso, é comum que seja preciso esperar pelo atendimento. É preciso verificar se a clínica que você pretende ir aceita walk-ins, pois isso não é uma regra geral.
Para encontrar no Canadá os medicamentos que sejam equivalentes aos medicamentos brasileiros com os quais você está acostumado, basta conversar com um médico ou um farmacêutico, mencionando também os princípios ativos dos medicamentos em questão, lembrando que a automedicação é fortemente desaconselhada.
Quando os brasileiros chegam no Canadá, como turistas, estudantes ou com a recém-conquistada residência permanente, é normal sentirem um certo nervosismo com relação ao custo dos produtos do dia a dia.
Parte desse nervosismo é devido à conversão que é comum fazermos mentalmente entre o dólar canadense e o real, já que durante toda a nossa vida estávamos acostumados a ganhar e a gastar em reais. Essa conversão, no entanto, deve ser muito cuidadosa. O motivo? Os preços aqui são calculados com base nos salários em dólares. Para termos uma base, o salário mínimo no Brasil está hoje em R$ 880.00 por mês (equivalente a aproximadamente CAD$ 308.10), enquanto que o salário mínimo no Canadá (embora seja levemente diferente de província para província) segue próximo a CAD$ 1680.00 por mês, para um trabalho em tempo integral. Assim, podemos rapidamente chegar à conclusão de que um produto que custa CAD$ 5 é mais barato para uma pessoa que ganha salário mínimo no Canadá do que é, no Brasil, um produto que custa R$ 5 para uma pessoa que ganha salário mínimo por lá.
Mas a questão da diferença do poder de compra não acaba por aí.
O texto de hoje é destinado a quem está interessado em economizar com os produtos do dia a dia aqui no Canadá! Vamos lá!
Produtos e utensílios
Quem já veio para o Canadá com certeza já visitou ou já passou pela frente de uma Dollarama. A dollar store canadense é famosa por agradar todos os tipos de consumidores com a sua seleção de produtos. Desde produtos de higiene até utensílios de cozinha, passando por itens como vestuário, brinquedos para pets, papelaria e até mesmo alimentação, a Dollarama conta com produtos das mais diversas marcas, todos com preços muito atraentes, custando no máximo CAD$3.00, como afirma a própria loja.
Embora seja uma loja muito em conta e tenha vários tipos de produtos, a qualidade de alguns produtos pode deixar a desejar, como é o caso, por exemplo, de itens de decoração e de artigos de papelaria. Você não vai encontrar cadernos elaborados ou Moleskines, por exemplo, nem vasos que lembram arte contemporânea como se esperaria de uma loja especializada no assunto. No entanto, se o que você procura é um caderno para as tarefas de casa ou então um pote para os biscoitos, a Dollarama pode ser o lugar certo. Vale a pena conferir!
Móveis e itens para casa
Quem é familiarizado com a cultura da América do Norte provavelmente já ouviu falar na Ikea. Fundada na Suécia em 1943, a marca hoje conta com 328 lojas em 28 países ao redor do mundo. A Ikea é conhecida princialmente por ser uma loja de móveis especialmente fabricados para que os próprios consumidores montem em suas casas, eliminando – ou diminuindo – a necessidade de caminhões de mudança e de contratação de pessoal especializado em transporte e montagem.
O que muita gente não sabe, no entanto, é que a Ikea também conta com itens de decoração e todo tipo de produtos e acessórios para casa, desde louças, panelas e talheres até cortinas para banheira, toalhas de banho, travesseiros e cobertores. Tudo a preços que são muito em conta.
A Ikea conta com uma seleção de produtos completa, nos mais diversos estilos e, claro, com os mais diversos preços. Mas, como sempre, é só reservar um tempo e passear pela loja toda para encontrar produtos baratos e de qualidade:
- Cama
- Mesa
- Banho
- Decorações
A única desvatagem dessa loja é que, por ser muito grande, geralmente está localizada fora dos grandes centros, em regiões mais afastadas ou em cidades vizinhas, como é o caso da Ikea na região de Vancouver, que fica em Richmond (a mais próxima à região central da cidade). Nesse sentido, o transporte deve ser bem planejado, pois, dependendo dos itens que você pretender comprar, talvez seja necessário pegar um táxi para voltar, já que alguns produtos, embora sempre vendidos em embalagens especialmente planejadas para ocupar pouco espaço, são razoavelmente grandes e pesados para se levar dentro do metrô ou do ônibus, como é o caso das camas, por exemplo. Assim, sempre é bom planejar um valor a mais, ou, quem sabe, levar uma pessoa a mais para dividir a conta do táxi.
Outra questão para se levar em conta: muito provavelmente será preciso dar um pulinho na Canadian Tire mais próxima, para comprar chaves de fenda, chaves phillips e martelos. Uma fita métrica também pode vir a calhar. A Ikea fornece algumas ferramentas para a montagem dos itens, como parafusos e porcas, que vêm junto com o móvel que você comprar, mas chaves de fenda, por exemplo, não vêm inclusas no pacote.
Dependendo de quão jeitoso(a) você for com esse tipo de montagem, vale a pena passar também da Dollarama e comprar uma caixa de band-aids. Sabe como é, só por precaução.
Alimentação
Já ouviu falar na Costco? A Costco é uma loja que vende não só alimentos, mas também artigos de vestuário, decoração, e até mesmo livros e brinquedos. A parte de alimentação, no entanto, é o que tornou a loja muito famosa ao longo dos anos, e um destino muito apreciado por quem gosta de economizar.
Com um membership anual de cerca de CAD$50.00, que permite incluir dependentes, você tem acesso ilimitado a produtos que são vendidos em bulk, ou quantidade. Estamos falando de coisas como caixas de ovos que vêm com 30 unidades, ou então bandejas de peito de frango que vêm com quase 3 quilos.
Parece estranho à primeira vista, mas, comparado aos preços praticados em mercados menores que vendem quantidades menores, os preços da Costco são muito bons. Carnes podem ser divididas em porções menores e congeladas, e produtos como cereais matinais e café, por exemplo, podem ser guardados por bastante tempo. Além disso, o que muitas pessoas fazem por aqui é fazer compras junto com os amigos, e depois dividir a conta e também os produtos.
Um possível ponto negativo da Costco é que, como os produtos são sempre em grande quantidade, a loja não necessariamente conta com uma grande variedade de marcas e opções, o que pode ser percebido facilmente quanto procuramos por xampu e sabonetes, por exemplo. Ainda assim, as opções são de boa qualidade, com marcas como Pantene e Dove, por exemplo.
Um ponto que deve ser levado em conta é que, de forma parecida com o que ocorre com a Ikea, nem sempre é fácil carregar os produtos de volta para casa, dependendo da quantidade que você pretender comprar. Por isso, ir com amigos pode ser uma boa ideia, talvez até mesmo levando consigo as sacolas enormes que sobraram das compras na Ikea, já que a Costco normalmente não fornece sacolas, somente caixas de papelão.
Vestuário e calçados
A questão do vestuário sempre vem à tona quando fazemos as malas para viajar. Que tipo de roupas levar? E se for inverno, não tem tanto espaço na mala; quantas blusas? E os casacos? A boa notícia é que existem lojas bem em conta por aqui. Estamos falando de H&M, Forever 21, Winners, e, para sapatos, Payless Shoes.
A grande maioria dessas lojas conta com promoções e liquidações que entram em vigor durante o período de troca de coleções, assim como no Brasil. Nessas épocas, é possível, por exemplo, encontrar casacos de inverno nessas lojas por valores inferiores a CAD$50, quando o valor original para o mesmo produto seria algo entre CAD$100 e CAD$200.
A H&M é, no Canadá, o equivalente à C&A no Brasil. Conta com artigos de vestuário e acessórios, com preços bem em conta. A Forever 21, que já existe no Brasil, conta com uma ampla variedade de preços e estilos para todos os gostos. É uma loja bastante popular aqui no Canadá. A Winners é famosa por oferecer roupas e acessórios de grandes marcas por preços muito mais baratos do que nas lojas originais, geralmente com 20% até 60% de “desconto”, segundo a própria loja.
Para os calçados, quem não faz questão de usar sempre couro verdadeiro pode querer dar uma olhada na Payless Shoes. Com a maioria de seus sapatos na faixa dos CAD$15-40 (os preços podem variar de acordo com promoções), a loja dispõe de vários tamanhos, tanto masculinos quanto femininos, e também conta com uma coleção infantil.
Quando falamos de roupas de inverno rigoroso, como os invernos de Manitoba e os dias mais frios em Toronto, por exemplo, vale a pena investir em roupas especialmente desenvolvidas para manter o corpo aquecido, como é o caso das jaquetas de pluma de ganso.
Bônus: salão de beleza!
É fato que os salões de beleza do Canadá são diferentes e não contam com alguns dos serviços com que os brasileiros estão acostumados. Mesmo assim, para quem gosta de experimentar lugares novos, o Aveda Institute é uma boa ideia. É um salão-escola que tem como objetivo formar hairstylists. Todos os alunos são supervisionados de perto por professores que são, eles mesmos, hairstylists com anos de experiência, e os alunos só começam o seu treinamento com clientes quando passam por bastante tempo de prática em manequins. Assim, o salão garante seus resultados, oferecendo para os clientes uma tabela de preços que varia conforme a experiência do aluno.
No final de 2015 a Immi Canada recebeu o contato da Erika Piatto, que faz atividades de voluntariado na biblioteca pública de Vancouver. Ela é brasileira, tendo chegado em Vancouver há relativamente pouco tempo, e suas atividades são focadas em um projeto chamado Library Champions Project, que tem como objetivo principal fornecer informações e serviços a recém-chegados e novos imigrantes.
O texto de hoje, escrito a quatro mãos com o auxílio da Erika, vem apresentar essa parceria entre o Library Champions Project e a Immi Canada.
Vamos falar um pouco a respeito do projeto e, claro, da experiência dela também, como voluntária, aqui no Canadá.
A importância do voluntariado no Canadá
Por Erika Piatto
Ações de voluntariado são sempre muito valorizadas, principalmente em países economicamente bem desenvolvidos, como o Canadá, em especial, onde o voluntariado tem um peso extra tanto para o bem-estar da sociedade quanto para o currículo do voluntário. Aqui, as pessoas valorizam o quanto cada indivíduo colabora para a construção de sua comunidade. São as pessoas da própria comunidade que a constroem, com o objetivo conjunto de contribuir para uma sociedade cada vez melhor para todos.
Foi com esse conceito admirável e com o intuito de poder ajudar a comunidade da qual eu hoje faço parte que fui em busca de opções de voluntariado em Vancouver, cidade onde vivo (e confesso que adoro!).
Existem centenas de milhares de vagas abertas, em diversos tipos de órgãos e empresas, para os mais diversos segmentos e nas mais diversas funções. A grande maioria das vagas está publicada em um site chamado govolunteer.ca. O meu caso de voluntariado foi aliado a algo de que gosto bastante: biblioteca! Através da Vancouver Public Library, conheci um projeto de ações de voluntariado e identifiquei uma incrível oportunidade: o Library Champions Project.
Esse é um projeto que foi desenvolvido especialmente para imigrantes recém-chegados na Colúmbia Britânica, e tem como objetivo levar ao conhecimento de toda a população (principalmente esses recém-chegados) os mais diversos recursos disponíveis gratuitamente nas bibliotecas da grande Vancouver. E foi assim que eu conheci esse projeto da New to BC e me candidatei, sendo então selecionada para participar.
O projeto de que faço parte tem como foco promover as bibliotecas como um todo, especialmente a Vancouver Public Library, que é a biblioteca central, embora sejam 22 unidades espalhadas pela cidade. A VPL conta com 9 andares, sendo 7 deles abertos ao público, e o prédio da VPL tem uma cobertura verde, com um jardim sustentável composto por 2.600 m2 de área plantada. A biblioteca recebe mais de 7 milhões de visitantes por ano, conta com aproximadamente 500 mil membros e possui quase 10 milhões de itens como livros, e-books, CDs, DVDs, revistas, jornais, tudo isso disponível em diversos idiomas.
São muitos os benefícios da Vancouver Public Library:
Se tem algo que eu realmente gostaria de dividir com aqueles que estão chegando ou estão por chegar aqui é o quanto a cultura canadense tem me ensinado e o quanto tem sido divertido e enriquecedor fazer parte desse processo!
Fazer parte do projeto Library Champions tem sido incrível, pois, além dos benefícios que citei acima, levar conhecimento e participar, de alguma forma, dos mais diversos estágios da vida de tantas pessoas recém-chegadas é algo que eu levarei para sempre no meu coração.
Voluntariado é uma excelente porta de entrada inclusive para o mercado de trabalho, pois é uma atividade que conta como experiência canadense. Portanto, se você gosta de conhecer pessoas, tem vontade de ajudar a construir uma comunidade mais igualitária para todos e busca ter experiência de trabalho canadense para poder ingressar no mercado aqui, uma oportunidade de voluntariado no Canadá pode ser um ótimo ponto de partida e certamente será uma experiência inesquecível.
Library Champions em Praia Grande
No dia 6 de dezembro, a Erika foi para Praia Grande apresentar o projeto Library Champions no Rotaract. A apresentação contou com cerca de 50 participantes, todos interessados em estudar ou em imigrar para o Canadá! Um dos participantes ganhou de brinde uma consulta com a Immi Canada, que foi sorteada no dia do evento.
Confira as fotos do evento!
The Library Champions Project
Através de suas atividades junto ao projeto Library Champions, a Erika tem contato com a pessoa que é a coordenadora desse projeto, Helene Rasmussen, que ofereceu seu depoimento para que pudéssemos conhecer mais a respeito do projeto, segundo sua visão. Seu texto segue logo a seguir, traduzido para o português pela nossa equipe:
O voluntariado é um elemento chave na sociedade canadense. O engajamento em uma atividade voluntária é um dos mais importantes valores para os canadenses, pois oferece uma contribuição significativa para a qualidade de vida comunitária. Voluntários fazem uma diferença bastante pronunciada através de seus serviços para a comunidade.
O projeto Library Champions oferece uma oportunidade para que novos imigrantes se engajem, como voluntários, no envolvimento com a comunidade, entrando em contato com recém-chegados a fim de promover a informação a respeito das muitas maneiras pelas quais as bibliotecas públicas podem oferecer suporte para a adaptação ao Canadá.
Os voluntários do Library Champions trazem recursos valiosíssimos para esse importante trabalho: sua língua materna e facilidade de comunicação, sua compreensão a respeito da cultura [dos países de onde vieram os imigrantes], e sua habilidade em estabelecer networks significativas com comunidades de imigrantes. Nossos voluntários estão fazendo uma diferença concreta e importante nas vidas de imigrantes que entram em contato com o projeto, e tudo isso ao mesmo tempo em que eles próprios se beneficiam dos muitos conhecimentos e das conexões que estabelecem enquanto estão envolvidos com o projeto.
“Participar do projeto Library Champions está sendo muito enriquecedor para mim, tanto profissionalmente quando pessoalmente”, comentou um participante. “Esse é o projeto mais significativo do qual eu já participei desde que cheguei”. “É uma experiência fantástica para mim. Eu sinto que faço parte de algo muito grande. Tenho muito orgulho disso”, outros disseram. Essas palavras ilustram bem a maneira pela qual essa experiência de voluntariado beneficia tanto os recém-chegados que entram em contato com o Library Champions e os próprios participantes.
Como facilitadora, eu considero profundamente recompensador testemunhar o impacto que o projeto tem, tanto para os participantes que contribuem com seu compromisso quanto para os recém-chegados que temos o prazer de auxiliar. Participar do projeto tem sido uma das melhores experiências da minha carreira, pois posso fazer parte de uma iniciativa que inspira o nível de engajamento e entusiasmo que podemos ver nos nossos Library Champions.
Para saber mais a respeito do projeto Library Champions, confira os seguintes links:
Aposentadoria é um assunto que interessa a todo mundo, e é um assunto muito importante para quem está pensando em mudar de país. É preciso se informar, afinal, e saber como funcionam não só as questões da imigração e do dia a dia no novo país, mas também é preciso se planejar para o futuro e ter certeza de que todas as coisas estão caminhando no rumo certo.
Aposentadoria também é um assunto que leva em consideração vários detalhes, e por isso bolamos dois textos para falarmos sobre o assunto.
No primeiro texto falamos a respeito dos conceitos gerais sobre aposentadoria, incluindo planos governamentais, acordos internacionais, e vamos falar um pouco a respeito do planejamento privado que é possível fazer.
No texto de hoje falaremos a respeito de costumes gerais que os canadenses adotam quando o assunto é aposentadoria.
Boomers & Millenials
Quem acompanha notícias a respeito de profissões e aposentadoria, dentre outros assuntos, que são veiculadas em jornais e sites norte-americanos, provavelmente já está familiarizado com os termos Boomers e Millenials, que são amplamente utilizados para definir duas gerações bastante diferentes (pelo menos por aqui).
Esses conceitos também são utilizados no Brasil, porém com certa cautela, já que por lá, devido principalmente a diferenças culturais e econômicas, nem sempre é possível correlacionar esses dois grupos de pessoas da maneira como são compreendidos por aqui.
O termo Boomers, apelido carinhoso para Baby Boomers, diz respeito à geração de pessoas que nasceram aproximadamente entre os anos de 1946 a 1964, em um fenômeno conhecido como Baby Boom, devido ao aumento do número de nascimentos na América do Norte após o final da Segunda Guerra. São pessoas que hoje estão em seus 50-70 anos de idade.
Os Boomers passaram por várias modificações na cultura e na economia da América do Norte, e, como um grupo de pessoas, representam o grupo mais estável financeiramente e mais ativo da história. Também são uma geração que recebeu vários picos de aumento em seus salários, contribuindo para a cultura do consumismo. A mídia os coloca como sendo conservadores em relação à economia e ao mercado de trabalho atual, e também, mais delicadamente, como uma geração de velhos-jovens que está em negação quanto à própria idade, deixando em seu caminho crises econômicas sobre a geração seguinte.
Boomers representam uma ampla porção do mercado de trabalho na América do Norte, e alguns autores chegam mesmo a inferir que a demora dessa geração em se aposentar e passar o leme para os mais novos é uma das causas das grandes mudanças no mercado de trabalho que vemos hoje em dia, quando os Millenials não conseguem encontrar empregos estáveis, o que acaba contribuindo para o aumento de fontes diferenciadas de renda, com trabalhos temporários e autônomos.
Os Millenials, conhecidos também como Geração Y são uma geração composta hoje por adultos jovens, nascidos entre 1980 e o início dos anos 2000. Conhecida como a geração Peter Pan dos eternos adolescentes, esse grupo parece questionar os valores de carreira tão idealizados pelos Boomers, e tem como objetivo idealista fazer do mundo um lugar melhor. Como grupo, sofreram em primeira mão a recessão econômica do final dos anos 2000, que impactou o estilo de vida de suas famílias diretamente, e também a diferença entre salário e custo de vida, tornando muito popular também a questão de orientação profissional, em um mundo em que um trabalho estável não é mais necessariamente uma opção, como era para os Boomers antes deles, fazendo com que o foco seja uma profissão (ou várias, ao longo da vida) que ofereça satisfação pessoal e liberdade para que possam perseguir seus ideais pessoais.
Aposentadoria para os Boomers
De acordo com um artigo publicado no jornal CBC News, em novembro do ano passado, o relatório da Statistics Canada de 2012 mostra que mais de 40% dos canadenses com mais de 65 anos de idade (seniors) possui algum tipo de dívida, reflexo das mudanças na economia e nos investimentos que as pessoas com mais idade nem sempre conseguem acompanhar da melhor forma possível. Além disso, a autora, Shannon Martin, argumenta que doenças não planejadas e a necessidade de gastos com exames e medicamentos com frequência é um obstáculo para os planos com relação à aposentadoria. Além disso, os canadenses estão experimentando um amplo aumento na expectativa de vida, o que faz com que o dinheiro simplesmente não seja suficiente para todos os anos de aposentadoria.
Outro ponto importante para as gerações que estão à beira da aposentadoria é a questão financeira dos filhos. Com as mudanças atuais no mercado de trabalho, os filhos, jovens adultos, nem sempre conseguem encontrar um emprego estável ou uma vaga em uma profissão que esteja em demanda, e o risco constante de novas crises, como a recente crise do petróleo em Alberta, faz com que muitos jovens adultos acabem dependendo de seus pais para um apoio financeiro. Os pais, por seu lado, muitas vezes sentem a necessidade de apoiarem seus filhos financeiramente, fazendo com que seus planos de aposentadoria fiquem em segundo lugar.
Outro ponto importante para os canadenses seniors é a questão da casa própria e do estilo de vida. Uma casa própria no Canadá é muito frequentemente adquirida através de alguns anos de pagamento de mortgage, uma espécie de financiamento, que, para muitas pessoas, representa o único meio de preparação para a aposentadoria. É importante notar, no entanto, que, como enfatiza o artigo, a maioria das pessoas não deseja sair de suas casas (vendê-las) quando chegar a hora. A questão do estilo de vida reflete o ainda muito presente consumismo, em que a busca por novos produtos chega a ser desenfreada para as pessoas, que muitas vezes não cuidam do seu planejamento financeiro. Esse consumismo acaba representando um grande gasto de uma fonte de renda que deveria estar sendo colocada de lado, especialmente para a aposentadoria.
Aposentadoria para os Millenials
Segundo um artigo do jornal The Huffington Post, publicado em novembro do ano passado, somente um em cada três canadenses possui um plano definido de aposentadoria. O autor, David Lester, argumenta que os Millenials aprenderam durante sua vida a não confiar em bancos e em consultores financeiros, devido à crise econômica que experimentaram (também dentro de suas famílias) quando jovens. Assim, a ideia de realizar somente um plano de aposentadoria, como era comum até pouco tempo atrás, é contestada. O autor do artigo comenta que é muito provável que os planos de pensão do governo canadense estejam praticamente esgotados após os Boomers passarem pelo sistema. Dessa forma, a geração mais jovem está buscando outras alternativas com relação à aposentadoria.
Uma dessas alternativas se trata das “annuities”, planos privados que são controlados por companhias de seguro de vida, e vendidos como produtos relacionados ao seguro. Ao contrário do seguro de vida, annuities podem receber do contribuinte uma soma definida logo antes da aposentadoria, permitindo que o contribuinte receba uma quantia definida por mês até o final de sua vida.
O argumento contra os planos de pensão tradicionais é que no caso das annuities não existe o receio de que o dinheiro acabe cedo demais. Annuities não dependem necessariamente de orientação financeira de terceiros, pois se tratam de um planejamento financeiro sem complicações, sendo que o contribuinte realiza um planejamento com relação à quantia que deseja ter com determinada idade, e realiza os pagamentos referentes ao plano mensalmente. O contribuinte não possui privilégios quanto ao gerenciamento da quantia, sendo que esta será sempre gerenciada pela empresa de seguros, o que tem provado ser bastante benéfico em todos os mercados, de acordo com o artigo citado.
O que esperar?
Em suma, segundo uma matéria do jornal Business News Network, também publicada em novembro no ano passado, é preciso levar em conta vários fatores quando o assunto é a preparação para a aposentadoria, sendo o principal deles a manutenção do estilo de vida. É preciso refletir sobre as atividades e o estilo de vida que a pessoa deseja manter/iniciar durante a sua aposentadoria, e realizar o seu planejamento financeiro em concordância com isso.
Além disso, outro fator importante é calcular corretamente o seu life span, ou expectativa de vida. É fato que hoje em dia as pessoas estão facilmente chegando aos 100 anos de idade, portanto é uma boa ideia se planejar para que o seu dinheiro de aposentadoria não acabe antes disso.
Muitos canadenses escolhem ainda se ocupar com um novo trabalho durante os seus anos de aposentadoria, algo que lhes dê uma certa remuneração, claro, mas também algo que lhes permita utilizar os conhecimentos adquiridos em seus anos de trabalho para contribuir com a sociedade de uma maneira produtiva.
Estamos falando das chamadas Encore Careers, representando um movimento que vem crescendo no Canadá nos últimos anos, de novos aposentados que usam de seus conhecimentos para contribuir com suas comunidades e também para guiar as próximas gerações, trabalhando em programas de colocação profissional, junto a escolas, e demais atividades de engajamento comunitário.
Quanto aos planos de aposentadoria, o recomendado é realmente não deixar todos os ovos em uma só cesta, e partir em busca de maiores informações a respeito de planos de poupança específicos para a aposentadoria, divindo suas contribuições entre TFSA e RRSP, se for o caso, CPP e OAS, annuities e demais investimentos, que poderão variar de acordo com a renda e o estilo de vida de cada um.
Aposentadoria é um assunto que interessa a todo mundo, e é um assunto muito importante para quem está pensando em mudar de país. É preciso se informar, afinal, e saber como funcionam não só as questões da imigração e do dia a dia no novo país, mas também é preciso se planejar para o futuro e ter certeza de que todas as coisas estão caminhando no rumo certo.
Aposentadoria também é um assunto que leva em consideração vários detalhes, e por isso bolamos dois textos para falarmos sobre o assunto.
No texto de hoje vamos falar a respeito dos conceitos gerais sobre aposentadoria, incluindo planos governamentais, acordos internacionais, e vamos falar um pouco a respeito do planejamento privado que é possível fazer.
No próximo texto falaremos a respeito de costumes gerais que os canadenses adotam quando o assunto é aposentadoria.
Old Age Security Program
O Old Age Security Program é o maior programa de pensão oferecido pelo governo do Canadá, e não é necessário realizar contribuições diretas para esse plano. A pensão se trata de um salário mensal que a maioria dos canadenses ou residentes permanentes podem receber a partir dos 65 anos.
Existem três tipos de benefícios que podem ser adicionados ao OAS:
É importante notar que nenhum desses benefícios é obrigatório ou garantido, e a decisão a respeito de se a pessoa é elegível ou não irá depender de uma série de fatores, tais como tempo de contribuição e quantia média de contribuição.
Canada Pension Plan
O Canada Pension Plan, conhecido como CPP é o plano governamental para os contribuintes canadenses, e oferece uma segurança que diz respeito a uma renda básica mensal. Essa renda vai depender da quantia e do tempo que o trabalhador contribuiu para o plano, sendo que o valor mensal de contribuição é descontado do salário.
O plano não começa automaticamente, e por isso é preciso se inscrever, e é possível começar a receber os benefícios a partir dos 60 anos de idade. Como já podemos imaginar, quanto mais cedo a pessoa decide se aposentar, menor será a renda que ela irá receber por mês, já que o tempo de contribuição será menor.
O site Service Canada oferece uma série de recursos que permitem que o contribuinte calcule a quantia a contribuir e também a quantia a que terá direito quando decidir se aposentar. Para isso, é preciso criar uma conta nesse site, seguindo o link para a seção My Service Canada Account.
É interessante notar que os benefícios da aposentadoria são um direito dos cidadãos canadenses, sendo que não é obrigatório parar de trabalhar uma vez que a pessoa decidir começar a receber o seu salário de aposentadoria. No entanto, se a escolha for continuar trabalhando, é bem provável que seja necessário continuar contribuindo, o que, no final das contas, levará a um aumento do salário de aposentadoria. Essas novas contribuições são possíveis desde a modificação no CPP, que teve início em 2011, e são classificadas como um benefício pós-aposentadoria, ou Post-Retirement Benefit. Esse benefício ainda é parte do CPP, sendo que o próprio trabalhador, após a idade de 60 anos, caso decida continuar trabalhando, deve realizar a contribuição de 4,95% de seu salário para o PRB, e o empregador deve também realizar a contribuição, na mesma quantia. Caso o trabalhador seja autônomo, deverá arcar com as duas partes da contribuição, já que é, ao mesmo tempo, empregador e empregado. É importante notar que 70 anos é a idade máxima para realizar essas contribuições.
A renda extra representada pelo PRB será adicionada ao salário de aposentadoria, mesmo se a pessoa já estiver recebendo a quantia máxima com a aposentadoria, e o valor do PRB também irá subir acompanhando o aumento das despesas relacionadas ao custo de vida.
Para os trabalhadores, as contibuições com o CPP podem começar desde a idade de 18 anos. Assim, quanto mais a pessoa trabalhar e quanto mais contribuir com o plano, maior será o salário que irá receber quando decidir se aposentar.
Funciona da seguinte forma: a quantia que o trabalhador contribui estará sempre atrelada ao total do salário que recebe. O trabalhador contribui com metade da contribuição requerida, e o empregador contribui com a outra metade. Se a pessoa for autônoma, deverá arcar com a contribuição como um todo.
É importante lembrar que no Canadá o salário de uma pessoa é calculado anualmente. Portanto, quando falamos a respeito do CPP, também estamos falando de uma contribuição anual. Essa contribuição anual pode ser feita dentro de uma quantia mínima e uma quantia máxima, sendo que a quantia mínima será sempre de $3.500 CAD por ano, e a máxima pode variar de acordo com a variação do salário médio canadense. Em 2015, por exemplo, a quantia máxima para o salário-base era de $53.600, e esse valor é ajustado sempre em janeiro de cada ano. Levando em consideração que a contribuição para o CPP é de 9,9% sobre o salário, porcentagem esta dividida igualmente entre o empregador e o empregado, a quantia máxima de contribuição em 2015 para cada um era de $2.479,95. Se o trabalhador é autônomo, a contribuição em 2015 deve ter sido de $4.959,90.
Caso você tenha trabalhado em outro país,
Como é o caso da maioria dos nossos leitores, o Canadá possui acordos de segurança social (social security agreements) com vários países, incluindo o Brasil, permitindo que as contribuições realizadas com planos governamentais de previdência para a aposentadoria nos dois países sejam somadas, sendo que a pessoa terá direito a receber a pensão referente a ambos os países.
Tendo início em 2014, esse acordo entre Canadá e Brasil define que as pensões a serem recebidas de cada país irão depender do tempo e da quantia de contribuição que a pessoa teve dentro de cada país. A exceção disso é que, caso a pessoa não seja elegível para o OAS ou para o CPP, o Canadá irá considerar o tempo de contribuição no Brasil como válido para auxiliar a pessoa a ser elegível para receber esses benefícios.
TFSA e RRSP
Planos particulares mas incentivados pelo governo canadense, a TFSA e o RRSP podem ser abertos de maneira atrelada à conta corrente, no banco que a pessoa desejar.
A TFSA, ou Tax-Free Savings Account, é uma conta de poupança que é isenta de impostos. Existe, claro, um limite anual de contribuições para essa conta, que poderá ser explicado em detalhes pelo gerente do seu banco. O interessante é que, sendo isenta de impostos, quaisquer investimentos realizados dentro dessa conta também o são. Assim, o trabalhador (maior de 18 anos de idade) pode ter maior liberdade em seu planejamento.
Alguns dos benefícios da TFSA:
Para maiores informações a respeito da TFSA, você pode acessar este link.
O RRSP, ou Registered Retirement Saving Plan é um plano privado de poupança para a aposentadoria, que conta com vários benefícios fiscais, quando comparado a outros planos de investimentos. Portanto, ao contrário da TFSA, no entando, o RRSP é sim sujeito a impostos. No entanto, as contribuições são sujeitas a taxas, mas os rendimentos não, pelo menos, até o momento do saque. Assim como a TFSA, existe um teto máximo para a contribuição, que muda a cada ano. No caso do RRSP, como um exemplo, em 2015 o teto máximo era de $24.930 CAD.
Embora o foco principal do RRSP seja ser uma poupança para a aposentadoria, é possível realizar saques dessa conta se, por exemplo, a pessoa deseje comprar a primeira casa própria, e isso se encaixaria no Home Buyer’s Plan, ou HBP. Dentro do chamado Lifelong Learning Plan (LLP), é possível utilizar parte da contribuição do RRSP com a finalidade de ingressar em estudos pós-secundários. Existem limites para esses saques, no entanto, que são considerados como empréstimos, devendo ser pagos em determinados períodos de tempo.
Para maiores informações a respeito do RRSP, você pode clicar neste link.
A Immi Canada falou bastante sobre o trânsito no Canadá neste post publicado em novembro do ano passado. Lá, comentamos um pouco sobre como funciona a organização geral do trânsito em termos de pedestres, ciclistas, carros, ônibus e metrô.
Em Dirigindo no Canadá – Parte I e Parte II, vamos falar sobre tudo o que você precisa saber caso esteja pensando em dirigir no Canadá.
A carteira de habilitação
Em Dirigindo no Canadá – Parte I, falamos sobre as semelhanças e as diferenças existentes entre o Brasil e o Canadá no que diz respeito às regras de trânsito e comportamento dos motoristas.
Hoje vamos falar sobre a carteira de habilitação canadense, e para isso convidamos o nosso cliente Bruno de Araújo para falar um pouco sobre a experiência dele ao conquistar a driver’s licence.
O Bruno é casado com a Tálita Rodacki, que hoje faz parte da equipe da Immi Canada. Os dois conquistaram a residência permanente em maio do ano passado, e moram em Vancouver, BC.
Immi – Bruno, o que levou você a decidir fazer a sua driver’s licence aqui em BC?
Bruno – Eu trabalho perto de casa, então a princípio comprar um carro e fazer a driver’s licence não era uma prioridade quando me mudei para cá em fevereiro do ano passado. Foi na primeira viagem com o pessoal do estúdio onde trabalho que percebi o que eu estava perdendo por não ter um carro. Nós fomos de ônibus para Squamish, que fica a umas duas horas de Vancouver. Era verão, o céu estava azul, e as Montanhas Rochosas estavam lá com o seu inacreditável esplendor. Foi a coisa mais bonita que eu já vi na natureza, e foi nesse dia que eu percebi que eu precisava tirar a driver’s licence o quanto antes. Eu precisava ter a liberdade de dirigir ali, naquele lugar, e conhecer melhor a região. A região de BC é bonita demais para não ser explorada. E, claro, eu sempre gostei de dirigir.
Immi – BC tem mesmo muitas belezas para se visitar! Quem já tem carteira de habilitação do país de origem tem alguma vantagem nesse processo?
Bruno – Tem sim, mas tem regras diferentes para cada país. Tenho amigos franceses que tinham a carteira francesa e por isso não precisaram fazer os testes de direção. Já eu, que tinha carteira brasileira, tive que fazer tanto o teste teórico quanto o prático. Ter mais de 5 anos sem grandes incidentes na sua carteira de origem também ajuda muito: você pula uma etapa e vai direto para a chamada categoria 5 [que é equivalente à categoria B no Brasil]. Se não tiver essa experiência, você tem que tirar a carteira de aprendiz primeiro, e só pode dirigir se estiver acompanhado de alguém que tiver a driver’s licence completa.
Immi – Bem interessante. Foi preciso fazer algum teste ou exame médico?
Bruno – Não fiz nenhum exame médico. A única coisa que eles verificam é se você usa óculos de grau ou não. Tem um pequeno teste que é feito na hora do teste teórico em que você olha dentro de um aparelho e tem que ler algumas letras e identificar algumas cores e símbolos.
Immi – Sobre a prova escrita, você achou muito diferente da prova que fez no Brasil? Em que sentido?
Bruno – A prova escrita na verdade é feita em um computador com touch-screen, e todas as questões são de múltipla escolha. Não precisa marcar horário, é só chegar lá pelo menos meia hora antes de o expediente deles fechar. É bem diferente da prova do Brasil. Aqui, o teor da prova é bem mais focado em sinalização, e também em entender como as regras de trânsito funcionam por aqui. Você pode pular algumas questões se não tiver certeza da resposta, mas elas aparecem de novo no fim do teste, e você tem que responder. A prova não é necessariamente difícil, mas é preciso prestar bastante atenção às placas de sinalização, e é uma boa ideia praticar algumas vezes no site oficial da ICBC primeiro.
Immi – Bom saber que existe a possibilidade de treinar através de simulados assim. E sobre a prova prática, ou road test, quais diferenças você notou?
Bruno – O road test é muito parecido com o que eu fiz no Brasil. A grande diferença é que o carro do teste tem transmissão automática, como é muito comum por aqui. A prova pode variar bastante de pessoa para pessoa. A minha dica é ficar tranquilo e conversar com o instrutor caso você tenha qualquer dúvida. Afinal, ele está testando você, mas o mais importante é que você saiba como dirigir com segurança.
Immi – Você fez o road test com o seu próprio carro?
Bruno – Você pode fazer o road test com o seu próprio carro, isso é muito comum. O que geralmente o pessoal daqui faz é pedir para algum familiar ou amigo ir como acompanhante no road test, já que você não pode dirigir até lá sem ter uma carteira válida ou sem ter alguém acompanhando1. No meu caso foi um pouco mais complicado. Como o ICBC não abre para road tests nos finais de semana, e como eu preferi ir para Victoria (já que os locais perto de Vancouver só tinham disponibilidade para dali a 3 meses), não pude ser acompanhado por um amigo, pois ficaria muito fora de mão. A solução foi comprar um pacote em uma autoescola. O pacote inclui uma hora de aula, e o instutor te leva até o ICBC para o teste. Você também pode usar o carro da autoescola para o teste. O instrutor deu várias dicas que foram bem úteis na hora do road test, então no final valeu a pena pagar um pouco a mais.
Immi – Sobre essas dicas que o instrutor passou, tem alguma que você ache interessante mencionar para quem está pretendendo fazer o road test?
Bruno – Uma das principais coisas que os instrutores passam é sempre olhar os espelhos e fazer o que eles chamam de shoulder check, que é olhar por cima do ombro, para ter certeza de que todos os possíveis pontos cegos estão cobertos.
Immi – O que chamou mais a sua atenção na questão das provas ou sobre como foram conduzidas?
Bruno – Tudo foi muito tranquilo. Nada de ficar esperando horas para ser atendido no ICBC. Todo o processo correu bem suave, sem nenhuma dor de cabeça. Bem diferente das minhas experiência com o Detran no Brasil (risos).
Immi – Dirigir no Canadá é muito diferente de dirigir no Brasil? Em quais aspectos?
Bruno – O pessoal aqui dirige diferente. As leis de trânsito e a sinalização das vias são seguidas bem mais à risca do que no Brasil. A segurança dos motoristas, pedestres e ciclistas vem sempre em primeiro lugar. Tem bem mais respeito entre os motoristas também.
Immi – Estamos agora no inverno; você já chegou a dirigir na neve ou no gelo? Existe alguma preparação especial que o motorista precisa fazer para isso2?
Bruno – Aqui você tem que prestar atenção às sinalizações sobre qual jogo de pneus você deve usar. Os carros mais novos têm pneus especiais que podem rodar o ano inteiro, mas a maioria dos carros precisa ter os pneus trocados. Durante o inverno, você troca os pneus para pneus com maior tração, especiais para neve e pistas escorregadias. Isso é lei, e é levado muito a sério. Dirigir com os pneus errados pode ser extremamente perigoso. Além disso, tem que obedecer à risca o limite de velocidade. Se estiver muito rápido, pode não conseguir parar, e isso é bem perigoso. Eu cheguei a dirigir na neve e no gelo, e é uma experiência única. Atenção redobrada ao chamado black ice, que é uma camada fina de gelo na pista. Essa camada de gelo pode parecer inofensiva, mas ela torna o asfalto extremamente escorregadio.
Immi – Muitas pessoas quem vêm morar no Canadá desejam ter um carro, e seria interessante sabermos um pouco mais sobre as opções de financiamento e o processo de seguro, por exemplo. Você poderia nos contar um pouco sobre a sua experiência nesse sentido?
Bruno – Carros aqui no Canadá são bem mais baratos do que no Brasil. Em geral, um carro que no Brasil custaria em torno de 50 mil reais, aqui você encontra por aproximadamente 10 mil dólares, ou até menos. As dealerships têm diversas opções de financiamento, inclusive com opções sem juros. Ter seguro é obrigatório, e pode sair bem caro. Se você está planejando vir para cá e já tem carro no Brasil, não esqueça de trazer seus documentos do seguro, pois com eles você pode conseguir taxas de sgeuro bem mais em conta.
1 Uma vez realizada a prova teórica, a pessoa recebe uma licença provisória atestando a aprovação no teste teórico, e a partir daquele momento pode dirigir, desde que acompanhada por alguém que possua a driver’s licence completa.
2 Em algumas cidades onde tempestades de neve são comuns e o risco de engarrafamentos e acidentes nas pistas é grande, é recomendado que os motoristas tenham no carro durante o inverno um cobertor, uma muda de roupas, itens de higiene, água e comida, para o caso de precisarem passar a noite no carro até que a pista seja liberada novamente para o tráfego.
Para quem ainda está em dúvida, é possível sim dirigir com a carteira de habilitação brasileira, mas não por muito tempo. Em BC, por exemplo, o prazo é de 90 dias desde que a pessoa chega na província, sendo que após esse tempo é preciso fazer a driver’s licence da província. Também é assim em Ontário, Manitoba e Saskatchewan, lembrando que também é possível solicitar no país de origem a emissão de uma carteira de habilitação internacional (international driver’s permit). Isso é possível somente para quem pretende ficar no Canadá por mais de 3 meses mas não pretende morar por aqui; caso contrário, é necessário tirar uma driver’s licence da província.
Já no caso de Alberta, é possível utilizar a carteira de habilitação do país de origem por até 1 ano.
No caso de carteiras de habilitação que não sejam originalmente em inglês ou francês, é recomendado pelos órgãos provinciais que seja realizada a tradução do documento por um tradutor aprovado pelo órgão em questão.
A Immi Canada falou bastante sobre o trânsito no Canadá neste post publicado em novembro deste ano. Lá, comentamos um pouco sobre como funciona a organização geral do trânsito em termos de pedestres, ciclistas, carros, ônibus e metrô.
Em Dirigindo no Canadá – Parte I e Parte II, vamos falar um vamos falar sobre tudo o que você precisa saber caso esteja pensando em dirigir no Canadá.
Semelhanças e diferenças
No nosso primeiro texto, vamos falar um pouco a respeito das semelhanças e diferenças entre o que existe no Brasil e o que podemos esperar no Canadá a respeito de regras e mesmo diferenças culturais em termos de habilitação e comportamento no trânsito. No próximos texto, vamos falar sobre a carteira de habilitação canadense (e como conseguir uma) e também vamos falar brevemente sobre as regras existentes para quem tem (ou está pensando em ter) um carro.
Diferentemente do Brasil, onde existe a Carteira Nacional de Habilitação, no Canadá a carteira de habilitação ou driver’s licence é provincial. Mas isso não quer dizer que a carteira não seja válida por todo o território Canadense. O que muda é que, caso a pessoa decida ir morar em outra província, será preciso emitir uma nova driver’s licence, daquela província. É que no Canadá as províncias são relativamente independentes, o que faz com que cada província possua regulamentações específicas para os seus residentes. É por isso que existem diferenças entre leis entre várias províncias, embora também haja, no Canadá, leis e regras que valem para todo o território.
A categoria B do Brasil, mais comum e referente a carros de passeio, é equivalente à class 5 do Canadá.
Idade
No Brasil, podemos dirigir com 18 anos. É preciso passar por aulas teóricas e práticas em uma autoescola, um requisito obrigatório, para que então o candidato à carteira de habilitação possa fazer o exame psicotécnico, a prova teórica e o teste prático junto ao Detran do seu estado.
Já no Canadá, a idade mínima para conseguir uma licença é 16 anos, sendo que na maioria dos casos uma autorização dos pais ou responsáveis é necessária, já que a maioridade no Canadá é de 19 anos, na maioria dos casos, ou 18 anos, no caso de Alberta, Manitoba e Québec. Falando nisso, caso você tenha 18 ou 19 anos e esteja no Canadá ou vindo para o Canadá, é importante verificar a legislação da província onde você pretende ficar, para o caso de não ter surpresas desagradáveis ao ser barrado em um bar, por exemplo.
Voltando ao assunto do texto: além da idade mínima para a obtenção da driver’s licence ser menor do que no Brasil, em Alberta, por exemplo, com 14 anos já é possível ter uma licença conhecida como class 7: learner licence. Com ela, é possível dirigir, desde que acompanhado por alguém que já possua uma driver’s licence class 5.
Aprendizagem
Como muitas pessoas já sabem, no Canadá não é preciso passar por aulas de autoescola, desde que você tenha alguém que possa ensinar a você o que você precisa saber para que possa digirir, e também os conhecimentos necessários para ser aprovado na prova escrita e no road test.
É muito fácil encontrar nos sites dos governos provinciais guias e folhetos informativos que ensinam a respeito de como proceder para obter a habilitação, e também que ensinam a respeito das regras de trânsito que o candidato deve estudar.
Regras de trânsito
Dirigir é uma atividade que a princípio parece ser a mesma tanto no Brasil quanto no Canadá. No entanto, existem algumas diferenças que é preciso observar. Falamos um pouco a respeito dessas diferenças no nosso texto sobre o trânsito, e agora vamos falar com um pouco mais de detalhes a respeito das regras e sinalizações diferentes que existem por aqui.
Em primeiro lugar, a regra de que sempre é possível virar à direita, mesmo com o sinal vermelho (desde, claro, que não exista nanhum tipo de sinalização indicando o contrário).
Em segundo lugar, as placas de sinalização. Como é possível verificar a partir da página 30 deste guia, por exemplo, existem algumas placas que não são familiares para os brasileiros, mas que é preciso conhecer. São, por exemplo, a placa a respeito de “Disaster Response Route”, indicando que aquela rua não deve ser utilizada em caso de desatres, a não ser por veículos de emergência, e a placa a respeito de pneus para neve, indicando que devem ser utilizados em um determinado período do ano. Além disso, claro, em determinados lugares pode haver placas de sinalização indicando a presença eventual de ursos ou alces.
No Canadá, em algumas ruas, tanto dentro das cidades quanto em highways, pode haver um sistema de semáforos que ficam suspensos, um sobre cada pista. Esses semáforos geralmente apresentam uma seta verde nas pistas da direita e um X vermelho nas pistas da esquerda. O que acontece é que como o fluxo do trânsito varia em determinados dias e períodos do dia, os operadores de trânsito podem mudar a disposição dessas pistas, deixando, por exemplo, 2 pistas liberadas para quem vai e apenas 1 pista liberada para quem volta.
No caso das famosas four-way stops, quando há placas de sinalização parando o trânsito em todas as esquinas, o veículo que chegar primeiro e parar completamente antes de prosseguir terá a vez, sendo que é sempre preferível ceder sua vez caso você pretenda fazer uma curva à esquerda e o veículo oposto a você pretenda seguir reto.
Quanto a diferenças culturais, algumas regras devem ser notadas. Os motoristas canadenses dirigem com bastante cuidado, sempre atentos para pedestres ou ciclistas, principalmente nas regiões centrais. Quando o sinal está vermelho, ou então em um engarrafamento, é considerado de bom costume deixar espaço à sua frente caso você perceba um veículo que pretenda sair de sua vaga no estacionamento da rua. Semelhante a isso, o efeito zíper é muito respeitado por aqui, aquela noção que diz que caso exista um cruzamento em T, os veículos devem seguir alternadamente, de forma que nenhuma das duas filas precise esperar muito tempo pela sua vez.
A economia canadense venceu a recessão e cresceu 2,3% no terceiro trimestre deste ano, segundo dados do Statistics Canada.
A agência federal diz que a economia teve um melhor desempenho nas taxas das exportações e do consumo das famílias.
No entanto, a economia teve uma queda de 0,5% em setembro - o último mês do trimestre – um declínio, em grande parte, ligado aos setores da indústria e recursos naturais.
Nos meses de Julho e Agosto, o crescimento do PIB foi de 0,3% e 01,%, respectivamente.
A economia caiu na definição técnica de recessão depois de dois trimestres consecutivos, uma vez que diminuiu um ritmo anual revisado de 0,7% nos primeiros três meses de 2015 e novamente em 0,3% no segundo trimestre.
Você pode encontrar o nosso texto da série anterior sobre Engenharia aqui.
Assim como ocorre com todas as profissões regulamentadas no Canadá, cada província possui uma série de requisitos que devem ser atendidos para que o profissional possa se qualificar para obter a licença. Nosso objetivo com essa nova série é informar alguns desses requisitos, para oferecer uma ideia geral sobre como se dá a prática profissional.
A Immi Canada aconselha você a buscar as informações completas a respeito do processo de registro na província onde pretende atuar diretamente com o órgão regulador, através dos links que sempre oferecemos ao final do post!
A organização nacional Engineers Canada compreende todas as associações provinciais que regulamentam a prática da profissão. Sendo uma profissão regulamentada, o candidato que deseja trabalhar como engenheiro no Canadá, independentemente de já ter experiência em seu país de origem, precisa obter uma licença específica da província onde tem interesse em atuar.
Embora cada província tenha seu próprio passo-a-passo para a regulamentação, e iremos falar disso logo em seguida, existem alguns passos gerais que devem ser observados:
1) Educação: o candidato deve possuir um bacharelado em engenharia, ou então qualificações que correspondam ao nível de instrução do bacharelado.
2) Experiência de trabalho: o número de horas pode variar de acordo com a província, mas esse fator da experiência é muito importante para a obtenção da licença.
3) Profissionalismo e ética: é preciso que o candidato seja aprovado em uma prova específica chamada de Professional Practice Examination (PPE), que serve para demonstrar os conhecimentos, as habilidades e a familiaridade do candidato com as leis que governam a profissão.
4) Bom caráter: Good Character, no original em inglês, significa que o candidato possui testemunhas que podem atestar quanto à sua boa prática profissional, através de cartas de referência.
5) Por último, a proficiência na língua inglesa, um requisito essencial.
Cursos chamados de bridging programs são oferecidos pelas principais universidades do Canadá para candidatos que obtiveram sua educação fora do país, com o intuito de que o candidato adquira conhecimentos específicos sobre como a profissão é praticada dentro do Canadá, além de ganhar valiosas oportunidades para fazer seu networking, incluindo possíveis estágios e períodos de prática profissional supervisionada.
Vamos agora para os requisitos para a regulamentação por província. Para quem tem interesse em saber mais sobre o assunto de forma geral, o Engineers Canada oferece em seu site um mapa de como praticar a engenharia no país.
Colúmbia Britânica
Na Colúmbia Britânica, a Association of Professional Engineers and Geoscientists é o órgão regulador das profissões de engenharia e geociências.
Em seu site, é possível encontrarmos várias informações a respeito da regulamentação da profissão de engenharia, assim como uma tabela com os valores das taxas que devem ser pagas durante o processo.
Para candidatos que estão aplicando pela primeira vez no Canadá para a obtenção de uma licença para atuação na Colúmbia Britânica, é preciso observar uma série de passos. É importante notar que candidatos que não são cidadãos canadenses ou residentes permanentes irão receber apenas uma licença de não-residente, cuja sigla é NRL P.Eng.
O primeiro passo é realizar uma autoavaliação através da ferramenta que a APEG oferece, A partir daí é possível ter uma melhor ideia a respeito do que é esperado, e cada candidato pode verificar se possui ou não os requisitos necessários.
Em linhas gerais, é preciso possuir um bacharelado em Ciências Aplicadas, Engenharia, Geociências, Ciências ou Tecnologia. Caso o bacharelado que o candidato possua não esteja dentro dessas categorias, será pedido que faça algumas provas e também entrevistas a fim de avaliar seus conhecimentos.
Quanto à experiência, é preciso que o candidato possua no mínimo 4 anos de experiência de trabalho, sendo que ao menos um desses anos deve ter sido em um ambiente canadense. Isso não significa que é possível atuar sem uma licença! Significa, sim, que é possível atuar sob outras categorias, por exemplo, como estudante. A APEG oferece em seu site um documento com guidelines a respeito do que é esperado para o quesito de experiência profissional.
Para quem tem interesse em aplicar para as áreas de Engenharia da Computação, Engenharia Ambiental, Engenharia Florestal, Engenharia Integrada, Engenharia Marítima, Engenharia e Arquitetura Naval, Engenharia de Software ou Engenharia Estrutural, existem requerimentos extras, e você pode encontrar mais informações no mesmo site.
Todo o sistema de avaliação da experiência de trabalho do aplicante é online, e se chama Competency Experience Reporting System, sendo válido para aplicações feitas após janeiro de 2015. Esse sistema também conta com indicadores para avaliar as áreas de Engenharia Estrutural, Civil, Elétrica, Industrial, de Materiais, Metalúrgica e de Processos Minerais.
Outros passos necessários são os descritos no início deste artigo, e têm a ver com cartas de referência de professores ou colegas, prova de proficiência na língua inglesa, e demais documentos que provam a educação e a experiência de trabalho.
Para quem tem interesse em saber como está o mercado de trabalho na província, a APEG oferece em seu site uma seção específica para a postagem de vagas profissionais. Lembramos apenas que sem um visto de trabalho não é possível trabalhar no Canadá.
Alberta
Em Alberta, a Association of Professional Engineers and Geoscientists of Alberta oferece um manual do aplicante para quem deseja saber maiores informações sobre a obtenção da licença de atuação nesta província.
Segundo o material, o primeiro passo para a aplicação é a revisão de um checklist de documentos que está disponível no próprio manual. Um ponto importante aqui é que será necessário submeter nomes de profissionais como referência, que possam atestar quando ao profissionalismo do candidato, sendo que um desses profissionais deve ser membro da APEGA. É nesse primeiro passo que deve ser feito o exame de proficiência na língua inglesa, e também todo o procedimento de equivalência e validação do seu diploma brasileiro.
Todo o processo de aplicação é realizado online, e portanto os documentos necessários devem ser escaneados. Quanto aos documentos acadêmicos, como diploma, histórico acadêmico e suas respectivas traduções juramentadas, estes devem ser enviados por correio para a APEGA, conforme instruções detalhadas no manual.
Um quesito importante do registro em Alberta é a necessidade do preenchimento de um documento chamado Work Experience Record, em que devem ser inseridas descrições do cargo que o candidato ocupou, e também atividades de competência da engenharia que o candidato realizou. É necessário fornecer referências, ou nomes de profissionais que serão contatados pela APEGA, e que possam atestar quanto ao seu trabalho, fornecendo documentos caso necessário.
Uma vez completa a aplicação, o candidato recerá a decisão final por correio.
Ontário
O Professional Engineers Ontario é o órgão regulador da profissão para esta província. Como para a maioria das províncias, é possível iniciar o processo de aplicação antes mesmo de chegar no Canadá, através do envio da documentação necessária para avaliação, e do pagamento das taxas designadas pelo órgão regulador.
Falando em documentação, o PEO oferece em seu site uma página com links para formulários e guias que descrevem todos os detalhes necessários para os processos de aplicação nas mais diferentes áreas.
Uma vez que a PEO tenha avaliado a documentação, os profissionais responsáveis pelo registro irão entrar em contato com o candidato a fim de determinar quais provas serão necessárias, no caso de as qualificações acadêmicas não estarem de acordo com o que é esperado dentro do território canadense, ou então para confirmar que a educação apresentada pelo candidato é mesmo equivalente aos padrões canadenses.
Uma vez em Ontário, o aplicante deve obedecer aos requerimentos quanto à experiência de trabalho, demonstrando pelo menos 48 meses de experiência em engenharia, que deve ser comprovada, sendo que 12 desses 48 meses devem ser reservados à experiência de trabalho no Canadá. Essa experiência de trabalho deve ter sido supervisionada por um engenheiro licenciado para trabalhar no Canadá.
A Professional Practice Examination é uma prova ministrada pelo PEO para avaliar quesitos como ética, prática profissional, engenharia e lei, e responsabilidade profissional.
Todos os aplicantes em Ontário devem conhecer seus direitos e responsabilidades como candidatos, de acordo com o PEO.
Manitoba
Em Manitoba, quem tem interesse em atuar como engenheiro deve primeiro realizar uma avaliação simples a fim de determinar qual seria o tipo de aplicação a ser feita.
No caso de aplicantes que obtiveram sua educação fora do Canadá, é preciso enviar à APEGM uma série de documentos, incluindo diploma, histórico acadêmico, documentos de identificação, respectivas traduções juramentadas, resultados da prova de proficiência na língua inglesa. É importante notar que o histórico acadêmico original deve ser enviado diretamente pela universidade.
O preenchimento de um application form é necessário, e é aqui que o candidato seleciona a área de atuação em que deseja praticar a profissão. É preciso escolher dentre 21 áreas diferentes, e também há espaço para escrever a sua área, caso não tenha sido contemplada na lista.
Por fim, é preciso pagar as taxas necessárias, que são descritas numa tabela fornecida pela APEGM. Dentro de 2 a 3 meses, o resultado da sua avaliação será enviado por correio, juntamente com a descrição de quais serão os próximos passos a seguir.
Para quem tem interesse em saber como está o mercado de trabalho na província, a APEGM oferece em seu site uma seção específica para a postagem de vagas profissionais. Lembramos apenas que sem um visto de trabalho não é possível trabalhar no Canadá.
A seguir, na série Profissões Regulamentadas no Canadá: Medicina!
Órgãos reguladores e informações para contato:
Engineers Canada
55 Metcalfe Street, Suite 300, Ottawa, ON K1P 6L5
Phone: 613-232-2474 or toll-free at 1-877-408-9273
Fax: 613-230-5759
Email: info@engineerscanada.ca
Website: www.engineerscanada.ca
Professional Engineers and Geoscientists of BC
200-4010 Regent Street
Burnaby BC V5C 6N2
Phone 604.430.8035
Toll-Free 1.888.430.8035
Email apeginfo@apeg.bc.ca
Website: www.apeg.bc.ca
Association of Professional Engineers and Geoscientists of Alberta
1500 Scotia One
10060 Jasper Ave. NW
Edmonton AB T5J 4A2
Tel: 780-426-3990 / 1-800-661-7020 (within North America)
E-mail: email@apega.ca
Website: http://www.apega.ca/
Professional Engineers Ontario
40 Sheppard Avenue West, Suite 101
Toronto, ON M2N 6K9
Phone: 416-224-1100 Toll free: 1-800-339-3716
Contact us form http://peo.on.ca/index.php/ci_id/1830/la_id/1.htm
Website: http://peo.on.ca/
Engineers Geoscientists Manitoba
870 Pembina Highway
Winnipeg, MB R3M 2M7
Phone: 204.474.2736
Email: apegm@apegm.mb.ca
Website: www.apegm.mb.ca