Quando assumiu o poder, em novembro de 2015, o primeiro ministro canadense Justin Trudeau propôs algumas mudanças e reformas no sistema de imigração do Canadá. Na época, logo após as eleições, a Immi Canada lançou este texto explicativo, comentando sobre algumas dessas propostas e eventuais previsões quanto ao impacto que elas teriam para as pessoas que desejam imigrar no futuro.
Nas últimas semanas, a mídia tem estado repleta de informações as mais diversas a respeito de um assunto polêmico que começou logo depois das eleições. Estamos falando dos refugiados sírios e das implicações que as políticas que dizem respeito a eles podem ou não exercer sobre o restante das políticas de imigração canadenses.
Refugiados: quem são?
Infelizmente temos visto algumas pessoas nas redes sociais, elas mesmas com desejo de imigrar, culpando os refugiados pela burocracia do sistema, ou então fazendo comentários preconceituosos (e que revelam uma assustadora falta de informação) a respeito de os refugiados supostamente terem “benefícios” para imigrar.
Portanto, antes de fazermos qualquer comentário ou mesmo de expormos os fatos a respeito do polêmico assunto, é importante entendermos quem são os refugiados.
Antes de mais nada, de acordo com o governo do Canadá, um refugiado é uma pessoa que não pode retornar para o seu país de origem por um medo legítimo e fundamentado de perseguição por parte do governo local ou de determinados grupos por motivos relacionados a religião, opinião política, orientação sexual, dentre outros. Quando falamos em “medo legítimo”, queremos dizer que essas pessoas, caso voltem para seus países de origem, correm o risco de serem presas, torturadas e mortas. Fora isso, a violência e a guerra civil, juntamente com o risco de ser capturado por organizações terroristas e obrigado a trabalhar para essas organizações, também são motivos para que as pessoas busquem refúgio em outros países. Sim, o assunto é complicado.
É possível ter um insight das vidas dessas pessoas através de entrevistas publicadas em jornais e revistas ao redor do mundo, como esta, publicada no site do jornal National Post em janeiro. Ainda assim, para nós que vivemos em uma sociedade sem bombas e sem guerra, é muito difícil compreendermos como é a vida para os refugiados. A título de exemplo, trechos de uma matéria publicada no site americano Business Insider, em dezembro de 2015:
"Quando eu estava na segunda série, teve um ataque com bomba na escola. [...] é difícil descrever o som [...] mas era como se um prédio estivesse caindo”
"[..] quando passou um mês e a guerra não tinha acabado, eu pensei ‘Talvez dois meses’. Depois, ‘Talvez três meses’. Mas depois de três meses minha mãe me disse que nossa casa havia sido destruída. [...] Não tínhamos um lugar para onde voltar”
"Eu era o único médico da região, então quando a ISIS ocupou nossa cidade eu sabia que eles iriam querer que eu trabalhasse para eles. Deveríamos ter ido embora naquele momento”
Podemos perceber então que refugiados não são simplesmente pessoas que desejam ir morar em outros países, como é o caso de quem nos lê agora. Refugiados são pessoas que não têm outra escolha a não ser deixar tudo para trás em busca de salvar a própria vida e a vida de seus familiares.
A política de imigração canadense para os refugiados
De acordo com uma matéria publicada em 19 de fevereiro no jornal National Post, o governo de Justin Trudeau esperava receber 25.000 refugiados no final de 2015, mas esse prazo precisou ser estendido para 2 meses além da data final. Já as previsões para 2016, de acordo com o ministro da imigração John McCallum, são que até 50.000 refugiados podem chegar ao país até o final do ano. Esses números não são decididos arbitrariamente. Sendo parte de planos governamentais, levam em consideração uma estimativa da quantidade de pessoas que o Canadá dá conta de receber a cada ano, levando também em consideração a existência de moradia, empregos, saúde e educação para todas essas pessoas.
De acordo com o site oficial do governo do Canadá, existem 5 fases para o processo de refúgio em voga atualmente, sendo que segurança é a palavra-chave. O Canadá está trabalhando junto à agência de refugiados das Nações Unidas para identificar pessoas que precisam de asilo, dando prioridade para mulheres em risco e famílias inteiras.
Quanto à segurança, cada candidato ao refúgio no Canadá passará por uma série de passos cujo foco principal é manter um alto nível de controle quanto a quem são as pessoas que estão sendo admitidas no país: novos refugiados passam por um extenso processo de verificação de documentação, coleta de impressões digitais e fotos, assim como dados referentes ao histórico de cada pessoa, contando com atestados de antecedentes criminais. Além disso, candidatos ao refúgio também passam por entrevistas com oficiais de imigração, onde toda essa documentação é verificada. A partir disso será tomada a decisão a respeito da validade da aplicação de cada candidato. Os candidatos também passam por exames médicos antes de receberem o sinal verde para embarcar, e ainda mais exames médicos ao chegarem no Canadá.
De acordo com matéria publicada pelo jornal Huffington Post, é preciso esperar mais algum tempo para se ter uma ideia dos efeitos que irão surgir como consequência da política de imigração para os refugiados. No entanto, é importante ter em mente que o governo de Justin Trudeau pretende ainda fazer mais mudanças no sistema de imigração como um todo, sendo que a política referente aos refugiados é apenas uma parte desses planos. E planos governamentais levam algum tempo para poderem ser implementados, acompanhados e avaliados. Isso não quer dizer que haverá menos espaço, por assim dizer, para as outras classes de imigrantes, e também não quer dizer que imigrantes que já chegaram ao Canadá terão menos benefícios por conta do aumento do número de refugiados. Não temos dados suficientes sobre isso, já que se trata de um programa novo, e qualquer conclusão nesse momento pode ser considerada precipitada. Em suma, é preciso ainda esperar algum tempo para que o governo possa avaliar os resultados de seus planos e compartilhá-los com o público em geral.
Temos visto em nossas redes sociais um grande interesse por parte de jovens famílias em imigrar para o Canadá. Uma das maiores preocupações dos pais de crianças pequenas é: como funciona o daycare no Canadá? Meu filho tem direito à educação gratuita? Existem subsídios governamentais para as crianças?
A educação infantil no Canadá é oferecida de maneira gratuita para todos os cidadãos e residentes permanentes desde os 5 ou 6 anos de idade, dependendo da província ou do território. Para crianças mais novas cujos pais precisam trabalhar, no entanto, é preciso conhecer mais sobre as opções oferecidas em termos de daycare, que não necessariamente são gratuitas.
Segundo uma matéria publicada no jornal The Globe and Mail em dezembro de 2015, os serviços de childcare são muito procurados por todo o país, sendo que existem enormes listas de espera na grande maioria das instituições. Quanto às taxas, já que a educação antes dos 5 ou 6 anos de idade (dependendo da província) não é gratuita, elas variam de província para província, sendo que em Gatineau, Quebec, os custos são consideravelmente mais acessíveis ($174/mês) do que em Vancouver ($905/mês) ou Ottawa ($1.194/mês), por exemplo.
Outra matéria sobre o assunto, publicada também em dezembro pelo site de notícias CBC News Toronto mostra que os custos médios com childcare nessa cidade são de cerca de $1.000 por mês, e compara esses custos com os oferecidos por algumas cidades da província de Quebec, que ficam na média de $174 ao mês.
Vamos falar sobre os sistemas de daycare em quarto províncias principais: Alberta, BC, Manitoba e Ontário.
Alberta
Em Alberta, de acordo com o Alberta Education, early childhood services são oferecidos para crianças de até 6 anos de idade (o ano letivo começa em setembro, então é preciso que a criança ainda não tenha feito 6 anos no dia 1 de setembro). No entanto, esses serviços não são obrigatoriamente gratuitos.
Através do Ministry of Human Services of Alberta você pode encontrar muitas informações a respeito de childcare. Vamos dar uma olhada:
Basicamente, existem 5 tipos de daycare em Alberta.
Quanto ao subsídio do governo, ele não é fixo. O auxílio está disponível para famílias de baixa renda, que devem passar por um processo de avaliação a fim de determinar se e quanto podem receber. Através desta ferramenta é possível calcular uma média do subsídio a que você terá direito, se você se encaixar no grupo de pessoas que está apto a receber o subsídio.
Além disso, famílias de baixa renda em Alberta (com renda de até CAD$ 41.220 por ano) serão elegíveis para receber Child Benefit a partir de agosto de 2016.
Através deste link e também deste link você pode pesquisar daycares por região ou por programa.
Colúmbia Britânica
Em BC, as crianças começam o ensino fundamental (elementary school) aos 5 anos de idade. Antes disso, o governo da província oferece recursos gratuitos para a educação de pais e crianças em conjunto, programas que basicamente facilitam o desenvolvimento natural da tarefa de cuidar e ensinar.
Quanto ao daycare propriamente dito, no entanto, as opções nem sempre são baratas. De acordo com o site do governo da província, existe uma série de serviços que podem auxiliar os pais que procuram por boas opções de daycare para seus filhos. A busca por uma instituição pode ser feita através deste link, que permite que você selecione apenas os itens que se aplicam ao seu caso. Também é possível filtrar opções por cidade, ou então buscar instituições na província como um todo.
BC oferece uma série de subsídios a que as famílias de baixa renda podem se enquadrar.
O BC early childhood tax benefit, por exemplo, é destinado a famílias com crianças menores de 6 anos de idade, e é calculado com base no número de filhos que a família possui, assim como na renda total da família.
Já o BC family bonus é um auxílio para famílias de baixa renda com filhos de até 18 anos de idade. Assim como o programa anterior, este também é calculado com base na renda total da família e no número de filhos.
A província também oferece um serviço chamado Child Care Resource and Referral, através de centros que oferecem apoio para famílias que buscam daycares de qualidade. Os serviços oferecidos incluem referências e informações sobre daycares na província, workshops para pais, informações sobre subsídios, dentre outros.
A província também oferece um guia para pais, que contém informações diversas a respeito de desenvolvimento e educação infantis.
Uma vez que você tenha encontrado uma escola ou uma residência que lhe pareça interessante, o passo seguinte é entrar em contato com a instituição para saber mais detalhes a respeito do número de vagas, da experiência dos profissionais (cursos, certificações, capacitação em primeiros socorros, etc), dos custos, dos materiais e brinquedos disponíveis, dentre outras muitas informações que podem fazer a diferença.
Links úteis:
Quem já pesquisou lugares para alugar durante uma temporada de férias em uma cidade diferente muito provavelmente já ouviu falar do Airbnb.
O Airbnb é uma iniciativa relativamente nova em termos de hospedagem, em que você pode oferecer a sua própria casa para hóspedes que têm interesse tanto em pagar mais barato do que um hotel quanto em apreender um pouco mais a respeito da cultura local através da convivência direta com pessoas que realmente moram naquela região.
A empresa Airbnb Inc. foi lançada originalmente em 2008. Com sede em San Francisco, na Califórnia, hoje conta com o site que hoje é conhecido por milhares de pessoas em 34.000 cidades em 190 países ao redor do mundo. A iniciativa já existe também no Brasil, e está ficando cada vez mais popular entre turistas e viajantes de todo o mundo por ser uma alternativa mais barata e que desafia a tradicionalidade dos hotéis.
Funciona assim: quem tem interesse em ofecer a sua casa para hóspedes em viagem pode utilizar o site para mostrar o espaço disponível. Quanto mais detalhes, mais atraente o espaço vai ser para possíveis hóspedes, que vão poder saber quais amenidades terão, quais são as regras da casa, assim como poderão também se informar a respeito de distâncias de pontos turísticos e opções de transporte. O anfitrião deve fornecer fotos (que podem ser tiradas por um fotógrafo profissional como um serviço disponível através da própria empresa Airbnb) e deve deixar claros os dias que estão disponíveis para o recebimento de hóspedes.
A grande sacada do empreendimento é que fica a cargo do anfitrião aceitar ou não o hóspede interessado, podendo conversar com ele através de um sistema de mensagens privadas, assim como definir o preço a cobrar por noite, podendo fazer modificações de preço nos finais de semana e nas altas temporadas da região onde mora. E não é obrigatório deixar a casa disponível por nenhum período mínimo nem máximo, sendo que tudo isso fica a cargo do anfitrião.
Através do site, também é possível escrever comentários e reviews a respeito do espaço, do anfitrião, e, no caso do anfitrião, também é possível escrever reviews sobre os hóspedes. Assim, futuros anfitriões e também futuros hóspedes podem saber o que esperar daquele espaço que lhes interessa ou daquela pessoa que está interessada em se hospedar.
Quanto à segurança, a Airbnb oferece um seguro e também recomenda que o anfitrião tome providências adicionais para que o período de estadia seja o mais agradável possível.
Embora a prática de ganhar um dinheiro extra através do Airbnb esteja se tornando cada vez mais popular por ser aberta para todos, é preciso notar, no entanto, que alguns contratos de aluguel não permitem sublocação através desse sistema. Como falamos em um texto de outubro aqui no nosso blog, existem regras específicas para strata buildings, que também podem ser um empecilho para fazer negócios através do Airbnb. Isso não significa, no entanto, que você não possa utilizar os serviços como um hóspede, quando decidir ir conhecer outras cidades no Canadá ou fora dele.
De acordo com uma matéria publicada em fevereiro no site de notícias CBC News Ottawa, a prática do Airbnb está modificando o modelo tradicional da indústria de hospitalidade, e os hotéis estão perdendo clientes para os novos anfitriões. A província de Ontário, que já permite a prática do serviço de car sharing Uber, quer “abraçar essas mudanças”, segunndo o ministro das finanças Charles Sousa. Ele ainda diz que a nova economia que se abre com serviços como Uber e Airbnb representa um "potencial significativo para a criação de empregos e para acelerar o crescimento, a produtividade e a inovação”.
Segundo matéria publicada também em fevereiro no jornal Huffington Post, o governo de Nova Scotia também está estudando a possibilidade de aproveitar melhor essas mudanças, de acordo com Martha Stevens, CEO em exercício do Tourism Nova Scotia. “Isso [inovações como Airbnb e Uber] veio para ficar, e queremos entender e melhorar algumas dessas novas tecnologias porque é isso que os consumidores estão pedindo”.
Como resultado, a economia está mudando através da tecnologia e da inovação. Os consumidores, principalmente os mais jovens, não estão mais interessados em serviços tradicionais que oferecem relativamente poucos benefícios por um preço alto, como é o caso de alguns hotéis (também aqui entra a dificuldade de encontrar hotéis disponíveis em alta temporada em certos destinos), de agências de turismo ou mesmo de companhias de táxi. No final da história, é o consumidor que decide pelos serviços que quer utilizar, e, como consequência, as empresas e também os governos precisam abraçar essas mudanças, como já acontece (ao menos em teoria) em Ontário e Nova Scotia.
Seja em busca de novas oportunidades, seja para melhorar a qualidade de vida ou então para seguir um sonho, muitas pessoas desejam imigrar para o Canadá. Os motivos? Bem, o Canadá é o segundo melhor país do mundo em matéria de qualidade de vida, sustentabilidade, segurança, empreendedorismo, dentre outros tantos fatores. Também está entre os 10 países menos corruptos do mundo, possui uma rica cultura formada por imigrantes de todo o mundo, sua natureza é maravilhosa… então como fazer para imigrar para o Canadá?
Antes de mais nada, é importante levar em conta que imigração é uma aventura que pode ser bastante demorada e exigir muita paciência. O governo canadense leva em média de 6 a 15 meses para processar a aplicação, sem contar o prazo que é preciso dar para a reunião e tradução dos vários documentos necessários antes de enviar de fato a aplicação para o Canadá. São vários os passos envolvidos num processo de imigração, e, no final, você vai ter reunido uma pilha enorme de documentos que você nem sabia que podiam ser importantes, como, por exemplo, os carimbos dos seus passaportes que já nem estão mais válidos.
Mas vamos por partes.
Uma das principais informações que os futuros imigrantes precisam saber é que existem muitos programas diferentes e muitas opções para quem deseja começar uma vida nova no Canadá. A mídia fala bastante a respeito do Express Entry, um programa de imigração bastante popular que entrou em vigor no ano passado, e, como consequência, muitas pessoas pensam que essa é a única porta de entrada para o país. Na verdade, existem programas federais, programas provinciais, imigração através de estudos, imigração através de experiência de trabalho, sponsorships… as oportunidades são muitas.
Com o Express Entry (EE) você pode ser elegível para um de três programas de imigração que, a partir de janeiro de 2015, foram englobados pelo EE: Federal Skilled Worker, Federal Skilled Trades e Canadian Experience Class.
O Federal Skilled Worker Program é um programa que busca atrair profissionais qualificados que desejam fazer sua vida no Canadá. Para isso, é preciso que essas pessoas tenham pelo menos um ano de experiência de trabalho remunerada, em tempo integral, em uma profissão que se encaixe nas categorias NOC 0, A ou B. NOC é a sigla para National Occupational Classification, em que as profissões recebem um código de acordo com o nível de treinamento e experiência que exigem dos profissionais. Assim, NOC 0 seriam cargos de management (ex. gerente de hospitalidade), NOC A seriam cargos profissionais que exigem um grau universitário (ex. arquiteto), e NOC B seriam cargos técnicos e tecnólogos (ex. chef de cuisine). O sistema NOC também oferece a descrição de cada tipo de cargo, e essa descrição é utilizada no momento da avaliação da sua aplicação para confirmar que você tem experiência dentro daquelas atividades que estão apontadas ali.
O Federal Skilled Trades Program funciona de maneira similar ao anterior, mas é focado em cargos técnicos e tecnólogos, portanto cargos NOC B. Aqui, será preciso possuir pelo menos 2 anos de experiência de trabalho remunerada, em tempo integral, e possuir uma oferta de emprego ou certificação de qualificação para aquela profissão, desde que concedida por uma província ou território canadense.
O Canadian Experience Class Program é focado em pessoas que já têm experiência de trabalho no Canadá, de no mínimo 12 meses em tempo integral, sendo que o programa só irá considerar candidatos que trabalharam dentro do que era permitido de acordo com o seu visto de trabalho. Trabalho autônomo e trabalho realizado enquanto o candidato também era estudante em tempo integral não irão contar. Aqui também valem as categorias NOC 0, A e B somente.
Com o Express Entry, no entanto, o processo funciona da seguinte forma: primeiro, o candidato preenche um perfil junto ao site da imigração. Através desse perfil é preciso informar experiência de trabalho, idade, nível educacional, nível de proficiência no idioma, dentre outros dados. O perfil pode ser modificado a qualquer momento pelo candidato, isto é, até que ele seja convidado a participar de um dos três programas de imigração descritos acima. Quem decide qual será o programa adequado é a imigração canadense, de acordo com as informações do perfil do candidato. Sendo aceito para participar do EE, o candidato entra para o que é chamado de Express Entry pool of candidates. Aqui, os pontos começarão a fazer a diferença, e os candidatos também são encorajados a buscar empregos no Canadá, pois uma oferta de emprego pode contar valiosos pontos para o EE. A próxima fase diz respeito ao ITA, ou Invitation to Apply. Aqui é o momento de apresentar toda a documentação.
Quais documentos são necessários para imigrar?
A grande maioria dos documentos necessários são aqueles que você já imagina: certidão de nascimento e/ou casamento, certidões federais, estaduais e municipais de antecedentes criminais, fotos, passaportes (atual e antigos, se houver), prova de proficiência em inglês ou francês, diplomas, cartas de referência de empregadores, documentos de comprovação financeira, dentre outros documentos que podem ser diferentes de acordo com o processo de imigração escolhido.
Mas a lista não acaba por aí. Quem irá analisar a sua aplicação dentro do Canadá será um oficial de imigração do governo canadense. Por conta disso, todos os documentos precisam ser em uma das duas línguas oficiais do Canadá (inglês ou francês) traduzidas com o auxílio de um tradutor juramentado, que é uma forma segura de comprovar que aquele documento foi traduzido sem omissão ou adição de nenhuma informação. Além disso, para que o oficial possa compreender com exatidão o seu histórico escolar, será também necessário fazer uma equivalência de diploma, que basicamente é usada para comparar o seu nível educacional ao que seria equivalente no Canadá. Com isso é possível saber se o seu bacharelado do Brasil é equivalente a um bacharelado no Canadá, por exemplo.
Cada programa de imigração possui uma série de formulários que precisam ser preenchidos corretamente, onde o candidato irá informar datas, instituições de ensino, empregos, nomes e endereços de familiares, etc.
Por último, mas não menos importante, vem a prova de proficiência em inglês ou francês. Geralmente não é necessário saber as duas línguas, embora falar vários idiomas possa ser uma vantagem competitiva para um mercado de trabalho globalizado. Mas para fins de imigração, a proficiência na segunda língua oficial do país pode ser uma vantagem para alguns programas, mas para outros não fará diferença.
Quais são os outros jeitos de imigrar?
Além do Express Entry que falamos acima, existem várias outras maneiras de imigrar para o Canadá. Vamos dar uma olhada em algumas das mais conhecidas:
Family Sponsorship: para esse tipo de programa é necessário que o sponsor, ou patrocinador, já seja um cidadão canadense ou residente permanente, e também é necessário comprovar que possui os meios financeiros necessários para manter a pessoa (ou as pessoas) que irá patrocinar, para que elas não necessitem de nenhum auxílio financeiro do governo. Existem alguns tipos diferentes de sponsorship. Os dois principais são o sponsorship para a família direta, ou seja, cônjuge e/ou filhos, e o sponsorship para pais e avós.
Imigração através de estudos: o Post Graduation Work Permit é um programa para o qual o candidato pode aplicar somente uma vez na vida. Tendo estudado em tempo integral no Canadá em uma instituição pós-secundária por no mínimo 8 meses, o candidato pode receber permissão para continuar no Canadá, com um work permit, por um tempo determinado. Se estudou por 8 meses, poderá receber um PGWP de 8 meses de duração; se estudou 2 anos ou mais, poderá receber um PGWP de até 3 anos de duração. Isso pode, no futuro, ser considerado para a imigração através do Canadian Experience Class, por sua vez através do Express Entry.
Provincial Nominee Programs (PNP): aqui estamos falando de imigração em nível provincial, e não mais em nível federal. No Canadá, cada província tem liberdade para criar seus próprios programas de imigração para fortalecer sua economia. Existem programas que funcionam através de “braços” (streams) do Express Entry, e existem programas para os quais se aplica diretamente. É preciso pesquisar junto à província de interesse quais são os programas existentes e os requerimentos, mas um componente importante desse tipo de processo é a expressão da vontade de morar e trabalhar naquela província específica.
Além desses programas existem outros mais, como o self-employed, o investor, e o caregiver, por exemplo.
Com tantas opções, como saber qual é a melhor?
A grande verdade é que não existe uma resposta certa que funcione para todo mundo. É fato que muitos dos nossos clientes aplicam para os seus processos de imigração através do Express Entry, mas também temos muitos outros clientes cujo perfil se encaixa melhor para os programas provinciais, ou então cuja melhor forma de imigrar seria mesmo através de estudos.
Tudo começa com a avaliação do seu perfil e um conhecimento avançado dos diversos programas de imigração. Informações importantes que devem ser levadas em consideração são: seu histórico educacional, sua experiência profissional, sua idade, seus objetivos, se deseja imigrar em breve ou daqui a 1, 2, 3 anos, se é solteiro ou casado, se tem filhos, se quer imigrar somente com os filhos (caso seja divorciado, por exemplo, porque precisa de autorização do outro pai), se possui oferta de emprego no Canadá, se possui oportunidade de ser transferido para o Canadá através da empresa onde trabalha, e, claro, se fala fluentemente inglês ou francês.
A pontuação que você terá com base em cada uma dessas frentes irá variar bastante de acordo com o programa escolhido. Por exemplo, para o Express Entry, a idade pode fazer a diferença entre conseguir somar os pontos necessários ou não (o ideal é imigrar até os 29 anos de idade; após isso perde-se pontos a cada aniversário), enquanto que para alguns programas provinciais, por exemplo, a idade pode não fazer diferença nenhuma. Da mesma forma, geralmente os casais que aplicam juntos para o Express Entry têm menos pontos do que uma pessoa que aplica sozinha como solteira, mas para programas de sponsorship, ser casado e ter uma história juntos que possa ser comprovada através de fotos, testemunhos de amigos e parentes, etc., é essencial.
Aqui você também tem a oportunidade de consultar um profissional para te ajudar com todo esse processo. Isso porque, além de toda a documentação necessária e de todos os formulários exigidos, um profissional poderá orientar você sobre o tempo necessário, sobre detalhes a respeito da vida no Canadá, além de fornecer informações mais pontuais, por exemplo, o que falar na hora da entrevista com o oficial da imigração assim que desembarcar no Canadá.
Saiba mais sobre os nossos serviços de consultoria de imigração, revisão de pontuação para o EE e assessoria para equivalência de diploma!
Amantes da leitura, uni-vos. Se você é que nem eu, que tem a própria biblioteca particular em casa (ainda que modesta), que precisa se controlar para não comprar todos os livros que vê pela frente, e que os olhos brilham quando entra em uma livraria, você acaba de ganhar um motivo extra para amar o Canadá.
Aqui, incentivo a cultura é coisa séria. Tão séria que as cidades canadenses oferecem milhares de conteúdos gratuitos à disposição de qualquer pessoa que possa se dispor a gastar dois minutinhos do seu dia para se cadastrar nessa belezura chamada Public Library.
Quando eu conheci a Edmonton Public Library (EPL), fiquei nas nuvens. A unidade perto da minha casa, no centro, não só é gigantesca (com dois andares), como oferece, além de livros, filmes, cds de música, audiobooks e video-games. Tudo completamente de graça para qualquer cidadão (sim, inclusive para quem ainda não tem o visto de Residente Permanente).
Além do acervo espetacular (vi até uns livros em português, vejam só!), toda a rede é interligada, o que significa que se o item que você quer só tiver do outro lado da cidade, não tem problema: basta solicitar a reserva do material e pedir para entregarem na unidade mais conveniente para você. Assim que estiver disponível, você receberá um email e terá um prazo para ir buscar. Todo o processo é automatizado e pode ser feito – surpresa! – online, pelo site da EPL (www.epl.ca). Esqueça aquele sistema arcaico de fichas de papel na contracapa do livro. Aqui, você recebe um cartão com um código de barras e toda movimentação é registrada automaticamente na sua conta, com recibos de aluguel e devolução sendo enviados diretamente para o seu email. Mais de 240 mil pessoas já utilizam regularmente os serviços das 18 unidades existentes na cidade, e juntas, alugaram, só em 2014, mais de 10 milhões de itens.
A EPL acaba sendo uma grande aliada, não só para quem quer treinar a leitura do idioma, mas também para estudar com os livros didáticos disponíveis – seja para alguma matéria do college, seja para o IELTS, por exemplo. Ou claro, para fazer uma sessão pipoca em casa com os filmes e séries disponíveis (com títulos fresquinhos todo mês), e ainda testar aquele jogo de Xbox 360 que você estava na dúvida se valia a pena comprar. Juntando todo o acervo físico e digital, a EPL conta com mais de 16 milhões de títulos. Vou repetir: 16 milhões de livros, revistas, filmes, CDs, videogames, ebooks etc. E pode escolher a vontade: cada pessoa pode alugar até 40 itens de uma vez só. Sem taxa. Sem multa. Sem nada.
O melhor de tudo é que a biblioteca ainda por cima é super engajada. Projetos sociais estão sempre pipocando pelas unidades, principalmente com foco em crianças. Se você vem com filhos pequenos, é hora de aproveitar e colocar os pimpolhos para aguçarem seu interesse pela literatura. O calendário de eventos vai desde contação de histórias, brincadeiras lúdicas, show de marionetes e várias outras atividades interativas.
Com tanta coisa boa (e mais um pouco), não é a toa que a Edmonton Public Library recebeu em 2014 o título de Library of the Year, o maior reconhecimento internacional que uma biblioteca pode receber. Tá achando pouco? Pois saiba que a EPL foi a primeira biblioteca canadense a receber esse título. Pois é, não é pouca coisa não. Não é a toa que eu amo essa cidade!
E lá vamos nós: passaporte e visto canadense... ok. Passagem aérea para Toronto… ok. Assim segue o ritual que todo mundo que encara um intercâmbio tem que fazer antes de passar as diversas horas de expectativa dentro de um avião. Tenho certeza que muitos sabem exatamente do que estou falando. Eu passei por isso em 2014 e as informações que consegui captar antes do dia do embarque me ajudaram bastante.
Quando decidi concretizar o projeto de deixar o Brasil por um tempo, passei a fazer anotações (confesso que sou daquelas jornalistas com mania de caderninhos). Comecei a pesquisar e a escrever alguns detalhes da viagem como os investimentos necessários, as obrigações, o que levar e colecionei dicas sobre a vida na cidade que eu ainda não conhecia.
Revi recentemente o que anotei e na primeira página do meu caderno está escrito: “Projeto intercâmbio no Canadá”, e entre parênteses tem a palavra “Vancouver” riscada e do lado “Toronto”. Sim, eu vivi essa dúvida a respeito de qual destino optar. Hoje sei que qualquer uma das duas valeria a pena, são dois lugares distintos, mas ambos excelentes e com uma qualidade de vida indiscutível. Enfim, decisões à parte, pesquisei, fiz a minha escolha e segui o planejamento.
Coleciono rabiscos de vários assuntos e versões que mudam de acordo com quem informou, alguns confirmei pessoalmente e outros percebi que não eram bem assim. Mas graças a esse ponto de partida, selecionei algumas dicas para compartilhar. São muitas anotações renderão mais matérias, mas aí estão algumas delas... espero que ajudem de alguma forma:
Há necessidade de ficar atento ao mês de desembarque na cidade e todo o período de estadia, pois será decisivo na hora de arrumar as malas. Por aqui as estações do ano são bem definidas, portanto tem que considerar os mínimos detalhes: meninas podem trazer o biquíni para o verão e usar nas praias (ou Lago de Ontário). Se estiver no período do frio é bom lembrar que além dos casacos pesados é impossível sair sem luvas, por exemplo.
Dependendo do dinheiro disponível, claro, dá para comprar qualquer peça do figurino por aqui. Aliás, em Toronto encontra-se muita coisa, inclusive do Brasil. Mas para organizar a bagagem a regra de ouro é pensar nos itens em que você diz “eu não sobrevivo sem isso” e incluir na sua lista. Ah! E nunca esquecer aquele remedinho que não pode deixar de ser tomado, com sua devida receita médica.
Eu fiz uma matéria especial sobre homestay (https://www.immi-canada.com/a-experiencia-de-morar-em-homestay/), mas sempre tem uma dica a mais para compartilhar. Se possível, faça contato com o dono da casa para “quebrar o gelo” e já sentir o clima da sua nova moradia (na época eu encaminhei um e-mail, que foi prontamente respondido).
Pesquise na internet sobre a localização da residência, os meios de transporte disponíveis no bairro e já venha com uma ideia da distância de locais como a escola e os principais pontos turísticos, por exemplo. Muitas pessoas incluem na bagagem algum presentinho, o que demonstra a simpatia brasileira, mas também não é algo obrigatório.
Geralmente ao tossir colocamos a mão na boca para não voar bactérias, certo? Por aqui a regra é utilizar o braço (aquela dobrinha na altura do cotovelo). Confesso que quando anotei essa dica no meu caderno achei que iria esquecer, mas aos poucos ficou algo natural também ao espirrar, sendo fácil compreender o quanto este ato acaba sendo mais higiênico.
Um cuidado importante é sempre conferir se está usando uma meia furada. Isso mesmo! É preciso tirar os sapatos antes de entrar nas casas e deixá-los na entrada, junto à porta. Não passam dessa área os calçados e com eles a neve ou qualquer sujeira que vem da rua. Nesta hora entra em ação a meia sem buracos, para não fazer feio.
Bell, Rogers, Fido, Virgin e Telus são algumas operadoras de telefonia e internet aqui do Canadá que não temos em nosso país. Descobri que não são todas que habilitam o celular do Brasil para ser usado em terras canadenses, por isso deve se levar em conta este detalhe antes de pensar nas inúmeras promoções que elas oferecem. Essa preocupação não existe aos que optam por comprar um celular aqui, claro.
Portanto, quem pretende morar ou ficar um período maior na cidade e precisa comprar um chip para utilizar no aparelho que trouxe, basta visitar as lojas e quiosques destas marcas e questionar os vendedores quanto a este fato (eles fazem os devidos testes). Atenção nos planos, que podem incluir restrições quanto ao número de mensagens enviadas e recebidas, bem como valores cobrados de acordo com o horário de utilização ou se a chamada é internacional.
Venha preparado para experimentar o poutine que é um prato (calórico!) típico aqui do Canadá: basicamente é batata frita, queijo e molho gravy feito tradicionalmente de carne bovina, mas a partir daí ganha outras combinações. Eu sou da turma que adora esse prato e aconselho a todos conferirem para ter a própria opinião.
Confesso que assim que cheguei já corri para provar. Há redes especializadas como a Smokes Poutinerie (www.smokespoutinerie.com), que tem uma variedade que inclui até uma versão vegetariana. Mas de um modo geral lugares para comer essa mistura canadense não faltam e inclusive um dos que eu às vezes recorro é o McDonalds... sim, até a rede americana incluiu o poutine no cardápio. Bom apetite!
Presente em 382 cidades ao redor do mundo, a Uber apresenta para o Canadá uma alternativa ao sistema tradicional de táxis das cidades, uma novidade que, ao que tudo indica, vem para ficar.
Com seu quartel-general na cidade norte-americana de San Francisco, na Califórnia, a empresa Uber Technologies Inc. oferece serviços de transporte que, em comparação com as empresas tradicionais de táxi, oferecem benefícios aos motoristas e aos passageiros. Através de um aplicativo, os consumidores podem enviar uma “chamada” , que então é redirecionada para os motoristas Uber, que dirigem seus próprios carros. Os motoristas, livres para dedicarem quanto tempo desejarem para essa atividade, não precisam se preocupar em receber dinheiro diretamente dos consumidores, já que o valor total da corrida é cobrado diretamente através do aplicativo, tendo o cliente fornecido seu cartão de crédito. Os motoristas recebem seu salário semanalmente.
O que faz o sistema Uber diferente dos sistemas convencionais de táxi é a forma única como os motoristas e os clientes participam desse novo tipo de empreendedorismo. Como um trabalho autônomo, os motoristas têm liberdade para planejar seus horários da maneira que desejarem, e, através do aplicativo, os clientes podem verificar com exatidão o tempo que será preciso esperar até que o motorista chegue para iniciar a corrida. O aplicativo, ainda, mostra ao cliente quem é o motorista, qual é o carro que está dirigindo, a placa do carro, e também a avaliação do motorista, de 1 a 5 estrelas, que é feita por usuários. Por sua vez, os motoristas também podem avaliar o cliente, contribuindo assim para o melhor desenvolvimento da indústria.
Com a possibilidade de que mais pessoas possam participar dessa oportunidade, como motoristas autônomos, o sistema ganhou popularidade pela qualidade dos seus serviços. Ainda há controvérsias, principalmente promovidas pela indústria de táxis tradicionais, a respeito da segurança e dos preços das corridas com o serviço que a Uber proporciona, mas a própria empresa fornece a segurança de que os passageiros precisam. Todos os motoristas, ao se inscrevem, passam por um background check, uma checagem de seus antecedentes criminais. Todos precisam ter seguro contra acidentes, e precisam demonstrar que possuem permissão para dirigir. Os carros, por sua vez, não podem ser mais velhos do que 10 anos contados em retrocesso a partir do momento presente. Além disso, o sistema de avaliação fornecido pelo aplicativo faz com que todos os clientes possam avaliar seus motoristas, contribuindo para a segurança dos próximos passageiros, que podem, com isso, ter uma melhor ideia a respeito daquela pessoa.
No Canadá, a Uber começou a operar em 2012, em Toronto, gerando controvérsias desde o início. Como resultado, Vancouver e Calgary fecharam as portas para a iniciativa, que ainda encontra obstáculos por superar, muito embora mais de 70% dos canadenses aprove a ideia de ter uma opção a mais de transporte, mais amigável, por assim dizer, em comparação aos táxis.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Angus Reid Institute, a maioria dos canadenses não é a favor de banir os serviços da Uber, mas é a favor, no entanto, de que esses serviços sejam regulados, assim como são regulados os serviços dos táxis tradicionais. A questão da regulamentação, em parte provocada pelos taxistas das cidades onde a Uber é liberada, tem a ver com o fato de que motoristas Uber não estão sujeitos às mesmas taxas e leis a que os taxistas tradicionais estão, fazendo com que a competição, aos olhos destes, não seja leal. Defensores da Uber, em contrapartida, apontam para a qualidade dos serviços, a agilidade dos motoristas e a facilidade geral para chamada e pagamento (e também avaliação) oferecida pelo aplicativo como pontos essenciais, observando que a indústria tradicional de táxis parece não ter evoluído para incorporar tecnologias novas e também mudanças em seu público, em uma era em que a maior parte do sucesso das empresas depende da satisfação (e da comunicação dessa satisfação) de seus clientes.
Em BC, o ministro dos transportes Todd Stone declarou, em matéria publicada em janeiro no site de notícias CBC News, que é apenas uma questão de tempo para que a Uber chegue na província, sendo que, segundo o gerente geral da Uber Canada, Ian Black, cerca de 100.000 vancouverites fizeram o download do aplicativo, mostrando que muitas pessoas estão abertas a um novo meio de transporte na cidade. De acordo com a matéria, as principais questões que precisam ser endereçadas para que a Uber possa operar livremente em BC são: seguro contra acidentes, checagem de antecedentes criminais, acessibilidade para pessoas com deficiência e inspeções dos veículos.
De acordo com uma matéria publicada em dezembro do ano passado no jornal The Globe and Mail, a popularidade dos serviços da Uber, que conta com 20.000 motoristas somente no Canadá, reflete um fenômeno conhecido como gig economy, ou seja, o aumento da oferta de serviços por profissionais autônomos, serviços que podem ser contratados online. O ponto negativo de tudo isso é somente que, como autônomos, esses profissionais não contam com direitos e benefícios com que a maioria dos canadenses conta: salário mínimo, seguro empregatício e benefícios adicionais, como contribuições para o Canada Pension Plan, o plano governamental de aposentadoria.
As mudanças na economia e na forma como os consumidores se relacionam com produtos e serviços está acontecendo a todo vapor. É hora, portanto, como afirma o economista Thomas Kochan, de revisar e modificar as leis e a estrutura das relações tradicionais de emprego para acomodar as novidades.
Isso já está acontecendo em Edmonton, de acordo com uma matéria publicada em janeiro no site do jornal National Post. A cidade é a primeira a aprovar uma bylaw favorável à iniciativa Uber, que irá oferecer aos motoristas um seguro aprovado pela própria província de Alberta.
Muita gente já ouviu falar na crise do petróleo que está afetando diretamente a economia de vários países, incluindo o Canadá. Com o que está sendo considerada por especialistas como a maior crise dos últimos anos na indústria de petróleo e gás, a província de Alberta já conta com 19.600 empregos perdidos em 2015, desde 1980. Para fins de comparação, durante a crise de 2009 a província perdeu cerca de 17.200 empregos. Ainda assim, nada comparado aos gritantes 45.000 durante a recessão de 1982.
Qual é o impacto desses números na vida dos canadenses em geral e dos residentes de Alberta, em particular? Basicamente o que o Canadá está vendo nesse momento é uma espécie de êxodo, já que as pessoas que dependiam da indústria petroleira para fins empregatícios estão precisando sair da província, cujo foco da economia é o petróleo, em busca de empregos em outras indústrias e em outras cidades. Isso faz com que esses trabalhadores procurem por novas fontes de renda, muitas vezes aceitando pay cuts, ou diminuição de salário, em troca de um emprego mais estável. Para alguns psicólogos e orientadores profissionais canadenses, a crise do petróleo pode ser vista, na verdade, como uma ótima oportunidade para que os trabalhadores que estão sendo demitidos procurem fazer a transição para uma carreira que seja mais adequada de acordo com seus planos de vida e seus objetivos pessoais. Para alguns, é uma oportunidade para recomeçar e realizar os sonhos profissionais.
Para outros, no entanto, a crise do petróleo está provando ser bastante amarga. São geralmente pessoas que não estão mais em início de carreira, e que, embora possuam bastante experiência profissional, frequentemente encontram essa experiência focada apenas na indústria onde trabalharam durante tantos anos. Isso pode fazer com que, na busca por novos empregos, acabem não tendo tantas chances quanto as pessoas mais jovens ou então que contam com qualificações específicas de outras indústrias.
Entre os empregos perdidos estão desde cargos de operação de máquinas até cargos de gerência e executivos. Com menos funcionários, as empresas também estão procurando escritórios menores e com aluguéis mais baratos, e, somando isso à saída dos recém-demitidos funcionários em busca de novos empregos em outros lugares, a indústria imobiliária em Alberta também sofre. De certa forma, a economia é sempre dependente de várias indústrias que exercem maior ou menor influência umas nas outras, e, com isso, uma crise em uma dessas indústrias inevitavelmente acaba afetando a economia como um todo. É o caso também da indústria de hospitalidade, incluindo a famosa Calgary Stampede, que também contou com demissões de funcionários para 2016 devido à diminuição de público. Com menos empregos e frente à necessidade de economizar, as pessoas tendem a gastar menos com turismo e artigos que não são de primeira necessidade, impactando também os lucros de lojas e restaurantes em geral.
Para atrair consumidores, surgem as promoções e os descontos, e também uma curiosa maior facilidade em se conseguir empréstimos, o que faz com que residentes adquiram ou aumentem consideravelmente suas dívidas.
Ao contrário do que aconteceu nas crises do passado, alguns economistas (como por exemplo Peter Tertzakian, de acordo com este artigo) especulam que a volta ao normal a partir da crise mais recente não será tão positiva, principalmente pelo fato de que contamos hoje com uma pressão para diminuir as emissões de CO2 na atmosfera. E emissões de CO2, claro, podem ser interpretadas como efeitos colaterais diretos da produção e consumo do petróleo e seus derivados. Com isso, o caminho está aberto para a renovação da indústria de produção de energia, com fontes mais sustentáveis e menos dependentes dos combustíveis fósseis.
A longo prazo, essa renovação, se vier a acontecer da forma como alguns entendidos do assunto estão prevendo, pode ser responsável pela criação de muitos novos empregos. A curto prazo, no entanto, resta ao Canadá esperar a turbulência passar e reconstruir seus alicerces.
Fazer compras do mês (ou da semana, da quinzena...) não é nenhum bicho de sete cabeças, certo? Aqui no Canadá, as coisas não mudam muito. Os grandes supermercados vão continuar sendo a opção número um de muita gente, e os benditos encartes de promoção vão continuar sendo ótimos aliados para conseguir ofertas especiais.
O mais perto da minha casa – e consequentemente o que eu mais frequento – é o Safeway (www.safeway.ca), mercado bem famoso na costa oeste canadense. Uma das vantagens que vejo nele é a parceria que a empresa possui com a Air Miles, uma espécie de programa de milhagens (que engloba também outras marcas e estabelecimentos) onde você acumula pontos e depois troca por recompensas (ou por desconto – o que acho ainda melhor). No caso do Safeway, a cada $20, você ganha 1 ponto. Juntando 95 pontos, você troca por $10 de desconto nas compras. Sim, eu sei, parece difícil de juntar. Porém, você pode juntar pontos em outras lojas também (como aluguel de carros, posto de gasolina e eletrônicos) e ainda descolar algumas promoções para arrebanhar vários pontos de uma vez só. Todo mês, por exemplo, o Safeway faz uma promoção onde premia com 100 pontos quem gastar $100 na loja. Gastar $100 no mercado é a coisa mais fácil que tem, é ou não é?
Outro mercado que frequento às vezes é o Save-on-Foods (www.saveonfoods.com), também com forte presença na costa oeste. Esse mercado não tem parceria com o Air Miles, porém oferece a opção de um cartão de descontos gratuito, e enche as prateleiras com descontos excelentes para portadores do cartão. O cartão também permite acumular pontos e trocar depois por mais descontos ainda (inclusive por produtos grátis).
Outra opção bem barata é o Walmart (www.walmart.ca), mercado já bem famoso nos EUA e no Brasil. Não frequento muito pois não fica perto de casa, mas nas vezes que fui, achei preços excelentes. Fica a dica!
Marcas próprias
É muito comum os mercados terem produtos marcas próprias. O Safeway, o Save-on-Foods e até o Walmart tem. É uma ótima opção para quem quer economizar, já que os produtos são bem abrangentes. Costumo achar pão de forma (integral ou branco) por menos de $2, por exemplo. A qualidade é bem razoável e, dependendo do produto, vale a pena sim. Dá para fazer uma super economia!
Produtos a granel
O Save-on-Foods perto da minha casa possui um corredor inteiro de produtos a granel, ou seja, produtos que você compra por quilo, sem embalagem própria. Não estou falando de frutas ou legumes, mas sim de produtos como arroz, farinha, açúcar, temperos diversos, castanhas etc. A variedade é bem grande, e os preços costumam sem bons – e com ótimas promoções para portadores do cartão de desconto.
O mercado chinês
Aqui em Edmonton existem alguns mercados asiáticos muito bons. Eu acho a variedade deles ainda maior do que os demais mercados, principalmente no quesito carne e vegetais. Dá para achar diversos cortes de carnes que não são tão comuns nos outros supermercados, como pescoço de galinha ou pato. Além do mais, é o único lugar até agora em que eu encontrei aipim (mandioca) a venda. Não sei vocês, mas eu AMO aipim, e foi um baita alívio saber que posso continuar comendo essa iguaria em terras canadenses!
O bairro de Chinatown é, naturalmente, o lugar ideal para achar bons supermercados asiáticos, mas existe uma filial do T&T Supermarket (www.tnt-supermarket.com/en/) dentro do West Edmonton Mall (maior shopping center da cidade). Visitem, vale a pena!
Produtos orgânicos
Se você não abre mão dos orgânicos, pode suspirar aliviado. Além dos mercados comuns terem bastante oferta de orgânicos, existem mercados voltados exclusivamente para esse produto. É o caso da Planet Organic (www.planetorganic.ca) e da Earth’s General Store (www.earthsgeneralstore.ca). Não são tão grandes como as demais cadeias de supermercados, mas possuem uma variedade bem grande, considerando o nicho. Naturalmente, o preço é um pouco acima do normal, o que inviabiliza que euzinha, reles mortal, faça compras lá com frequência.
Vale a pena, no entanto, dar uma conferida.
Outra opção é a Farmer’s Market, a famosa feira livre. Existem várias pela cidade, e a maioria das barracas oferece produtos locais e orgânicos. Eu fiz um vídeo mostrando uma dessas feiras, você já viu? Corre lá na página da Immi e confere.
Customer Appreciation Day
Descobri isso recentemente e preciso compartilhar com vocês. Toda primeira terça-feira do mês é o Customer Appreciation Day, um dia em que os mercados costumam dar descontos e ofertas especiais para os clientes. Cada lugar comemora de um jeito, mas sempre vale a pena conferir.
O Safeway costuma oferecer a opção do cliente escolher 10% de desconto no valor das compras ou então 10 vezes a pontuação de Air Miles adquirida na compra.
Já o Save-on-Foods oferece 15% de desconto no valor total da compra (mesmo sem cartão de desconto).
E os preços?
Bem, claro que os preços variam bastante de dia pra dia. Uma dica é ficar de olho nos encartes promocionais. Existe um aplicativo para tablet muito bacana, chamado Flipp (disponível para Ipad e Android) que agrega todos os encartes da sua cidade. Todos mesmo! É uma mão na roda para checar se tem alguma promoção valendo a pena sem precisar sair de casa.
Alguns preços para comparação:
Iogurte Activia, pote de 650g – Dois por $7 (Safeway);
Limão – 3 unidades por $0.99 (Safeway);
Carne moída - $8.55/Kg (Safeway);
Filé de tilápia - $28.90/kg (Save-on-Foods);
Becel, pote de 907g - $4.99 (Save-on-Foods);
Tomates – $4.34/Kg (Walmart)
Bananas - $1.94/Kg (Save-on-Foods e Safeway)
Cenoura - $1.97 o pacote de 1.3Kg (Walmart)
Coxa de frango - $7.21/Kg (Walmart)
Leite semi-desnatado - $2.29/Litro
Sair de casa para fazer compras no supermercado é algo simples na rotina de qualquer pessoa, mas em Toronto são tantas as opções que vem a dúvida: em qual deles eu vou? Compartilho agora um pouco da minha experiência neste assunto. Mas saibam que não são impressões definitivas, pois podem mudar a cada nova loja que conheço... e a busca continua.
Por comodidade, na maior parte das vezes escolho entre os mercados que estão mais pertos da minha casa. Mas sempre que posso visito alguma unidade em outro bairro, para conferir as promoções.
Em duas ocasiões morei próximo ao “No Frills” (nofrills.ca/): e é onde de um modo geral encontro os melhores preços nos itens básicos das compras de todo mês. E lá no meu carrinho ora trago uma caixa de suco de laranja, bacon, maionese ou arroz da “No name”, isso mesmo, traduzindo significa “sem nome”.
Trata-se de uma marca com diversos produtos e preços mais baixos. Acredito que até ajuda o fato de não precisarem gastar com a parte artística das embalagens, pois reina o amarelo em todas elas, sem mais detalhes. Neste segmento, existem outras opções de linhas com itens diversificados como a “President´s Choise” (excelente qualidade!), “Selection” e “Great Value”.
Mais opções
Estou também perto de uma loja da rede “Food Basics” (foodbasics.ca/). Durante a semana passo para verificar as ofertas do dia, e acabo saindo com alguma fruta ou verdura com desconto. Já fui vizinha de um “Metro” (metro.ca) que destaco as comidinhas prontas, e do “Loblaws” (loblaws.ca) o qual gosto da parte de orgânicos, pães e doces.
É comum ter aquele comércio de fácil acesso para os casos de emergência, como quando falta o leite para o café da manhã, não é mesmo? No meu caso nesta hora corro para o “Foodland’ (foodland.ca/), que funciona 24 horas, o que facilita muito a vida.
Um lugar que eu não deixo de conferir nunca quando passo em frente é o Walmart (walmart.ca). Com o seu estilo “tem de tudo” é impossível sair sem levar nada na sacola. Para quem gosta de comprar no atacado tem o “Costco” (costco.ca) em que paga-se uma anuidade para poder comprar, mas os preços compensam. Tenho amigos que gostam ainda do “Freshco” (freshco.com/).
Há ainda os produtos frescos do mercadão St. Lawrence Market (stlawrencemarket.com), que é um ponto turístico da cidade. E pensam que esta lista de supermercados acabou? Não! Tem mais opções de locais para fazer compras e podem até render outras matérias. Aqueles leitores que puderem colocar dicas na parte dos comentários fará uma importante contribuição!
Preços e promoções
Promoção, claro, é um diferencial que faz com que muitos não sejam 100% fieis a nenhum supermercado específico, pois realmente faz diferença no momento de pagar a conta. Por exemplo, na mesma loja eu já paguei numa bandeja de brócolis $ 0,99 que dias depois a mesma quantidade estava custando $ 2,99.
Dica: antes de ir às compras é bom verificar os flyers e cupons disponíveis nos sites oficiais dos supermercados ou a versão impressa que fica logo na porta de entrada deles. Os cartões que acumulam pontos a cada visita também estão presentes em várias redes e rendem vantagens para os clientes.
E para quem ainda não chegou por aqui, seguem os valores médios em dólares canadenses de alguns de itens em janeiro/2016 no “No Frills” e “Food Basics” (lembrando que há produtos em que dependendo da marca a diferença pode ser grande!):
- Pão de forma integral ($ 2,50), leite ($ 3,97 pacote com quatro litros), arroz $ 2,69 (dois quilos), banana $ 0,70 (a libra), tomate $ 0,95 (a libra) e açúcar $ 1,90 (dois quilos). Lembrando que uma libra equivale a cerca de 453 gramas.
Para se sentir em casa...
A variedade de produtos nos supermercado é imensa, inclusive muitos deles deixam um corredor especial para itens de outros países. Vale a pena explorar esses espaços pois sempre encontramos um molho especial ou um macarrão feito de produtos mais nutritivos.
Quando bate a saudade da terra Natal ou no momento de apresentar a culinária brasileira para um amigo gringo, é possível encontrar um produto ou outro em alguns dos mercados já citados. No último mês de dezembro, eu comprei um panetone produzido no Brasil no “Food Basics” por $ 6,99.
Mas para ter acesso a uma variedade maior de produtos brasileiros como pão de queijo congelado, refrigerante de guaraná ou ainda carnes com cortes familiares, como a picanha há comércios famosos entre os brazucas como o “Pavão” (pavaomeats.com) e “O Nosso Talho” (nossotalho.com).